31 de dezembro de 17 Autor: Erika Barros
O que é ser fã?

Para nossa equipe, 2017 termina com o valioso questionamento — ser fã é amar e apoiar incondicionalmente e inquestionavelmente as ações do ídolo? Ser fã é comprar um álbum e ouvi-lo sem parar, mesmo sem saber o real conceito por trás das músicas? Ser fã é sustentar um fã-site por oito anos, gerindo informações diariamente, muitas vezes sem o suporte e reconhecimento esperados? Afinal, qual é o verdadeiro significado de ser fã de um artista?

A Taylor começou a divulgação do seu sexto álbum em agosto de 2017, uma semana após sair vitoriosa de uma ação que moveu contra um DJ de rádio que a abusou em um meet and greet da RED Tour. Como parte do principal veículo de informações sobre a Taylor no país, nós acompanhamos de perto o julgamento e estávamos extasiados com o resultado: ela havia vencido algo que sabíamos ter valor gigantesco em sua vida profissional e pessoal. Conforme seu nome crescia e seu trabalho se tornava cada vez mais reconhecido, Taylor mudou muitas das estratégias que permeavam sua carreira, mas ela nunca mudou uma: o ato de receber pessoalmente alguns fãs, jornalistas e personalidades públicas em seu camarim, no início de alguns shows, para trocar algumas palavras e agradecê-los por ter ido conferir de perto sua turnê — tudo isso de forma gratuita, bem diferente da maioria esmagadora dos artistas que cobra uma fortuna por alguns segundos de sua atenção. Com o episódio que se sucedeu durante o M&G em Denver, nós sentimos por ela, que havia sido ferida emocionalmente em um momento tão singular, e também por nós mesmos, afinal, é muito difícil de acreditar que um fã de verdade provavelmente perdeu a chance de conhecer a Taylor para que um abusador o fizesse.

O reputation surgiu, então, como uma faísca no escuro. Sabíamos que ela contaria as histórias de sua vida nos últimos três anos, desde o lançamento do 1989, mas não sabíamos de que forma isso aconteceria. Vibramos com “Look What You Made Me Do” e nos preparamos para uma era com músicas e clipe novos, repleta de entrevistas em programas de rádio, televisão, jornais e revistas. E, quanto mais o tempo passava, maior era a certeza de que estas entrevistas jamais chegariam. Nós assistimos de perto a frustração de vocês e também ficamos frustrados, porque entendemos como ninguém o esforço tremendo que é acompanhar de perto um artista que não dá entrevistas ou comparece a premiações que nós votamos incansavelmente para que tal artista ganhasse. Como um portal de notícias, nós somos produtores de conteúdo, mas não tínhamos conteúdo nenhum a produzir por diversos momentos de 2017.

Para nós, os fatídicos episódios que levaram ao reputation são antigos. Eles não aconteceram em 2016, 2015 ou 2009. Eles não têm uma data, porque são, por si só, a própria carreira da Taylor. É muito difícil se manter diante dos olhos públicos durante uma década e crescer de promessa do country para principal nome do pop mundial sem uma dúzia de conflitos no meio do caminho. Taylor enfrentou estes conflitos bravamente durante dez astronômicos anos e era esperado que, em algum momento, ela finalmente tirasse sua armadura para então conseguir respirar. Como ela afirma em versos de “King of My Heart” [“change my priorities, the taste of your lips is my idea of luxury”], pela primeira vez em toda sua carreira, Taylor priorizou sua vida pessoal em detrimento de sua vida profissional e nós, agora, vemos isso não com desconfiança e hostilidade, mas com otimismo e segurança, porque enxergamos a verdadeira necessidade e urgência dessa posição.

É muito fácil se apaixonar pela Taylor que vimos durante esta gloriosa década. A garota da Pensilvânia que se apresentou humildemente ao mundo aos dezesseis anos. Aquela com os cabelos cacheados no vestido prateado que fez, aos dezoito, com que pessoas de vidas distintas se voltassem para o country, um ritmo tradicional e muitas vezes retrógrado do interior dos Estados Unidos. Aquela que compôs um álbum confessional completamente sozinha aos vinte para mostrar ser uma das melhores compositoras de sua geração. Aquela que, aos vinte e dois, sofreu por um amor destrutivo o bastante para render algumas letras desoladoras, que nos fazem chorar e nos  confortam mesmo após cinco anos. E, aos vinte e quatro, percebeu que o amor nem sempre é destrutivo ou desolador, mas também libertador e renovador, como as luzes nova iorquinas. Não é tão fácil assim se manter apaixonado por aquela que aparece calada e se move não como uma garota, mas como uma mulher crescida. Ela não se apresenta dizendo “oi, meu nome é Taylor” porque, no fundo, ela sabe que todos já conhecem seu nome. Ela não precisa provar a ninguém que sabe como escrever uma boa música, porque acumula incontáveis prêmios em diferentes cômodos de suas incontáveis casas. Ao seu redor, não são as luzes vermelhas de emergência que tomam forma, mas um pesado e estável preto e branco que demonstra com nitidez tudo o que aquela garota da Pensilvânia já passou e a razão pela qual ela se aposentou.

2017 foi o ano em que Taylor Swift retornou aos holofotes da mídia. Não, não da forma como gostaríamos, mas ainda somos gratos, pois 2017 foi também o ano em que nós aprendemos o real significado do que é ser fã.

Nós finalmente vemos a Taylor, não da forma como costumávamos ver, como uma garota perfeita e angelical, mas como uma mulher mundana e falha. E nós continuamos estranhamente apaixonados por ela.

O Taylor Swift Brasil agradece o apoio de cada um e deseja que 2018 seja um ano repleto de dinheiro, paz e saúde a todos.





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