Com exceção de “O Lorax”, da Illumination, todos os filmes e séries no Top 10 da Netflix atualmente são produções originais.

″Dr. Seuss' The Lorax″ Los Angeles Premiere - Red Carpet

Já que não tenho os números de bilheteria de “Tenet” para comentar, vou falar sobre uma singularidade que notei hoje na lista de ‘mais assistidos’ da Netflix. Aparentemente as pessoas gostam disso e eu ganho a chance de relembrar sucessos mais antigos, e geralmente esquecidos, de uma geração anterior. “O Lorax”, da Illumination, estava na sétima posição da lista essa manhã e tem oscilado no Top 10 desde que chegou à plataforma, no início do mês.

Além de ter um apelo “babá sem estresse”, o sucesso de 2012 da Universal aparenta ser o maior filme de “Hollywood” a entrar no serviço nas últimas duas semanas. Como uma regra bem geral, filmes de terceiros que “foram um sucesso ou tentaram ser um sucesso nos cinemas” tendem a escalar para o topo, o que parcialmente explica a popularidade de títulos como “Como Você Sabe”, “O Dia Do Atentado” e “Histórias Cruzadas”.  O Lorax, uma adaptação animada do clássico de Dr. Suess estrelado por Zac Efron, Taylor Swift e Danny De Vito, estreou com um então deslumbrante resultado: 70 milhões arrecadados no primeiro fim de semana, sendo 17,5 milhões na sexta-feira, em março de 2012.

Na época, aquela foi a melhor estreia de um desenho animado que não fosse da Pixar ou uma sequência de Shrek. Embora não tenha sido tão extravagante, conseguiu arrecadar $212 milhões nos Estados Unidos e $345 milhões mundialmente com um orçamento de $70 milhões, pouco antes da Illumination se tornar uma marca própria. Seis anos mais tarde, depois de quatro sequências de “Meu Malvado Favorito” e “Minions” e dois sucessos originais (“Pets – A Vida Secreta dos Bichos” e “Sing”), “O Grinch” iria conquistar os fãs de Suess e a marca Illumination arrecadando $267 milhões nos Estados Unidos (sendo $67 milhões do fim de semana de estreia) e $527 milhões mundialmente. “O Grinch” também foi bastante popular na Netflix, pra constar.

De fato, “O Lorax” não é um marco, mas é uma adaptação surpreendentemente cínica do famoso discurso ambientalista do autor, que mergulha em todo um debate sobre o “consumo ético no capitalismo”. É claro que esse é apenas um dos inúmeros sucessos socialmente progressistas que passaram pelos cinemas e, a julgar pela empresa que o produziu e a popularidade que fez dele um sucesso, tocou em ouvidos surdos ou inconscientes. Independente disso, é uma das melhores adaptações cinematográficas de um livro de Suess e todos os três desenhos recentes (incluindo “Horton e o Mundo dos Quem”, da Blue Sky, que arrecadou $298 milhões globais em 2008), são melhores que “O Grich”, de Jim Carrey, e “O Gato de Chapéu”, de Mike Myers.

Na lista da Netflix, o filme está atrás de “Cursed – A Lenda do Lago” (que está na primeira posição essa manhã, o que indica que as pessoas esperaram até o fim de semana para maratonar a série fantasiosa de dez episódios), “Encontro Fatal”, “The Old Guard” com Charlize Teron, “Down To Earth”, série/documentário com Zac Efron, “The Business Of Drugs”, outra série/documentário e “Dark Desire”. Está na frente do reboot de “Unsolved Mysteries”, da série “Warrior Nun” e “Jeffrey Epstein: Filthy Rich”.

“O Lorax” é um daqueles filmes que fez um valor absurdamente alto de dinheiro, especialmente para sua época, e depois foi praticamente esquecido pela cultura pop em geral. Isso pode mudar com os novos títulos chegando na terça mas, por enquanto, é o único filme impedindo a dominação total da Netflix no seu próprio Top 10. Só posso imaginar que é doloroso pra Netflix.

Não é segredo que a Netflix fez parte de sua fortuna exibindo séries antigas e nostálgicas como “Law & Order”, “Friends” e “The Office”. E também não é segredo que ela perdeu essas séries para os serviços de streaming que os próprios estúdios de Hollywood estão criando. Se você quiser assistir “Parks And Recreation” precisa assinar o Peacock. Se quiser assistir “Friends”, precisa pagar $15 por mês para o HBO Max. E a Netflix perdeu / vai perder o conteúdo de Star Wars e Marvel para o Disney+.

O futuro a longo prazo da Netflix depende parcialmente de novos assinantes e assinantes existentes que continuem pagando Netflix para ter filmes, documentários e programas “originais”. Uma lista de “tendências” e / ou “Top 10” composta principalmente por originais é um desenvolvimento promissor, já que a gigante do streaming está explorando o período sabático forçado de Hollywood para oferecer seus próprios “lançamentos de verão”. Com exceção do Quibi e do AppleTV, a maioria dos serviços de streaming recém-lançados inclui produções antigas que os consumidores querem assistir. Se a Netflix conseguir convencer as pessoas de que seus originais sozinhos já valem a assinatura, o conteúdo de terceiros que eles perderem para HBO Max, Disney + e Peacock nem vai importar tanto assim.

Matéria publicada pela Forbes e traduzida / adaptada pela equipe TSBR.





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