12 de fevereiro de 16 Autor: Taylor Swift Brasil
Taylor Swift, Kanye West e a polêmica “Famous”

Se quando Kanye West invadiu o palco do VMA em 2009 o presidente Barack Obama disse em off que ele era um babaca, agora ele deve ser pior. Não importa o que ele diga sobre a faixa “Famous” do seu mais novo álbum que vazou “por acaso” na internet na noite de quinta-feira (11), ele não deixa de ser menos babaca por isso.

Nas vésperas do lançamento do seu mais novo álbum — que não coincidentemente veio antes do final de semana da premiação mais importante da música (aquela mesma que Kanye JURA não se importar, mas pelo jeito não é bem assim não e isso só acontece quando ele não é o centro da atenção) — a faixa “Famous” apareceu na internet quase que ao mesmo tempo em que o cantor fazia um desfile/evento do álbum como parte dos eventos da semana de moda de Nova York. E dentre todas as controvérsias que podem ter dentro do seu mais novo álbum, essa tinha a controvérsia com aquela que provavelmente é uma das pessoas mais influentes do mundo no momento — e a mesma que havia registrado um “perdão” público para/com a pessoa dele há nem um ano atrás. Na faixa, que tem a participação de Rihanna, Kanye fala que “fez aquela vadia famosa”. A “vadia” em questão é Taylor Swift.

E, não se enganem. Esta não é a pior parte da música. Porque, como sempre, Jay Z já tinha feito algo semelhante antes de Kanye. Em “100$ Bill”, música da trilha sonora de “O Grande Gatsby”, o rapper fala que “levou Taylor Swift os cem milhões, eu vou te deixar continuar mas… haha” e ninguém realmente se importou com isso, porque convenhamos, se tinha alguém recebendo algum prêmio no palco do VMA naquela noite, era Taylor.

Kanye argumentou em mais um de seus xiliques no Twitter que “no rap, ‘bitch’ é usado como um termo carinhoso, assim como ‘nigga'” e, não se enganem, os dois termos são pejorativos, mas que foram banalizados no gênero. No entanto, é pouco provável que Kanye se referisse a sua filha, North West, como “vadia” em suas canções. E, de novo. Esta não é a pior parte da música e nem a que você deveria se focar.

Existem controvérsias sobre a letra do verso que vem antes daquele que as pessoas tem debatido pela rede, e é onde o problema está e não deve ser ignorado. Acontece que Kanye fala que Taylor e ele ainda podem ter relações sexuais (ou, no outro entendimento da música, que ela o deve sexo), seguido do verso em que ele afirma a ter “feito famosa”. Não é por acaso.  Ao aliar as duas coisas, Kanye dá a entender muito bem que o ato sexual seria uma “dívida” pelo “grande ato de bondade dele”. É nisso que devemos nos preocupar.

Kanye West não descobriu Taylor Swift. Kanye West nunca fez nada por Taylor Swift a não ser um ato humilhante na frente de várias pessoas. O fato de que o público acolheu Taylor Swift após o VMA de 2009 é um reflexo apenas e tão somente da humanidade existente nas pessoas, coisa que falta a Kanye West. Se Taylor Swift construiu e manteve sua carreira em uma ascendente após o VMA de 2009, este mérito cabe inteiramente e EXCLUSIVAMENTE à ela. Ela que trabalhou duro, compôs suas canções e sempre buscou se superar. E, por isso, ela não deve nada a ninguém.

É degradante ver alguém querer tomar créditos pelo seu sucesso pessoal e, no meio disso tudo, ainda envolver uma posse ridícula do corpo do outro. Ninguém deveria ser submetido a uma situação dessas, nem que seja “só” pra uma música. Isso não é arte, não importa o quão grande seja o xilique que Kanye dê no Twitter. O nome disso é assédio sexual.

Após tudo isso tomar conta da internet, a primeira manifestação de alguém próxima a Taylor veio através de seu irmão, Austin, que postou um vídeo genial em sua conta no Instagram. No vídeo, Austin dizia estar fazendo uma limpa em casa antes da primavera e avisava: “Aqui vamos nós de novo”. Isso porque, no final das contas, ele aparecia jogando os Yeezys (tênis com a assinatura de West para a Adidas) no lixo. A mensagem não poderia ser mais clara. Quase que instantaneamente, Selena Gomez curtiu o vídeo e o ato foi repetido por outras pessoas próximas a Taylor. Gigi Hadid, que estava no Madison Square Garden no evento em que Kanye tocou o seu álbum, se pronunciou no Twitter afirmando que a sua “presença em tal lugar não significa que concorde com as palavras ditas na música que tocava lá. Sou leal aos meus amigos. Jaime King também recorreu ao Twitter para se posicionar e dizer que “estou triste e desapontada no momento. Apoio a minha irmã. Sempre.”

Tree Paine, a relações públicas de Taylor, apenas se manifestou quando foi ventilada a possibilidade de que Taylor tinha escutado a música antes dela ser lançada e dado a sua aprovação. Escolhendo Perez Hilton, a pior pessoa o possível para carregar a mensagem, ela afirmou que Kanye tinha enviado a música a Taylor e pedido que ela fizesse o lançamento em seu Twitter. Taylor se recusou e teria alertado ao conteúdo misoginista da canção, além de não ter ficado sabendo do verso que se referia a ela.

A versão é diferente àquela que Kanye contaria no xilique que deu no Twitter. Ao defender o indefensável, tentou dizer que a sua arte não possui censura e que o verso teria sido originado por uma conversa que Taylor teve em um restaurante com um amigo em comum dos dois, e que ela estaria completamente ciente daquilo, e que ele a ter “feito famosa” seria um fato e nada mais. Além disso, a sua esposa Kim Kardashian também não teria nenhuma restrição aos momentos em que ele fala dela de maneira duvidável também (ao fazer referências a Ray J, o cara que gravou os dois tendo relações sexuais e liberou na internet, colocando Kim, a filha de um notável advogado de Los Angeles, Robert Kardashian, em evidência).

E mesmo com a falta de qualquer tipo de declaração realmente oficial das partes de Taylor, pela reação de seu irmão e de seus amigos mais próximos, fica evidente que a música não foi bem recebida. A atriz Ruby Rose – do seriado Orange Is the New Black e amiga de Taylor – manifestou sua indignação via Twitter e revelou ter conversado com a cantora a respeito do assunto quando cutucada por um fã que ainda se agarrava na versão contada por Kanye de que Taylor havia aprovado o verso em questão. “Eu conversei com Taylor na noite passada. Eu não comentaria sobre algo se não soubesse do que estou falando”, disse a atriz sem papas na língua.

Taylor perdoou Kanye uma vez, e talvez tenha sido cegada pelo fato de que sempre apreciou suas músicas, mas ela demonstrou um lado humano para todos verem, e colocou o lado humano de Kanye em evidência. Ela acreditou que uma das pessoas das quais ela considerava uma referência, finalmente a respeitava como artista — que ela tinha ganhado esse respeito através de seu trabalho. E isso não faz dela boba, ou qualquer coisa do tipo. Isso apenas mostra que Kanye West não respeita ninguém além dele mesmo, e que todo o seu discurso de arrependimento e introspecção após a morte de sua mãe e o nascimento de sua filha não passaram de palavras vazias.





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