06 de agosto de 15 Autor: Taylor Swift Brasil
“Taylor dita o tom”: Leia a matéria completa para a Vanity Fair

A matéria da edição de setembro da Vanity Fair traz Taylor como uma estrela que não é mais solitária em sua órbita: agora ela possui uma irmandade poderosa de amigas, teve a coragem de enfrentar (e vencer) a Apple e até mesmo se apaixonar de novo.

Em um nível estratosférico da fama, que muitas vezes é isolante, Swift juntou uma irmandade de alto escalão — com Karlie Kloss, Emma Stone, Lena Dunham e Selena Gomez. Em Londres, Josh Duboff ouviu Taylor falar sobre a força que elas dão para ela, a decisão aterrorizante às quatro da manhã de enviar a sua agora famosa carta para a Apple e a sua nova atitude quanto aos homens.

Quando eu chego ao hotel Savoy em Londres numa manhã de sexta-feira em junho, Taylor Swift me cumprimenta com um abraço antes mesmo de que eu possa me apresentar. Eu elogio o seu vestido brilhante e justo do Saint Laurent e ela diz, sorrindo, “Eles normalmente me vestem como um garoto francês de 12 anos. É bom ser glamorosa”.

Durante o dia que passei com Swift, tiveram momentos em que foi possível esquecer que você está na presença da, discutivelmente, artista mais famosa e influente do mundo, uma mulher com mais de 60 milhões de seguidores no Twitter e com 140 milhões de álbuns vendidos. Eu observo enquanto ela percorre a sua playlist no iPhone para encontrar a música que quer, ouço enquanto ela fala para seus pais que eles provavelmente vão querer voltar para o seu hotel e esperar lá, eu aceno com a cabeça e sorrio quando ela cita Monica e Chandler do Friends.

Mas então, sentada em um sofá de veludo, enrolada em uma peça cinza claro de pele falsa e com extensões de cabelo enormes, ela relembra — tão normal quanto se ela estivesse descrevendo uma noite em casa, assistindo ao Netflix — como ela passou a noite anterior: em um jantar promovido por Stella McCartney no Electric House. Enquanto ela lista os outros presentes — Adele, Kate Hudson, “Sienna”, Ellie Goulding — me lembro, como se tivesse acordado de um sonho (um ótimo no qual Taylor Swift é sua amiga próxima): “Ah, certo, essa é a Taylor Swift“.

Swift pode possuir a rara habilidade de fazer com que qualquer um que ela conheça se sinta como se fosse íntimo dela, mas então ela mencionará Cara, ou Gigi, ou Karlie (essas são as modelos Delevingne, Hadid e Kloss — mas se alguém na sua casa tiver menos de 25 anos, você já sabe disso), ou acenar para um de seus seguranças, ou casualmente notar seus planos de se encontrar com Emma Watson no Loulou depois (“vai ser uma parada feminista!”), e você irá lembrar que a vida dela é essencialmente alienígena ao se comparar com a sua, que ela não consegue andar meia quadra sem arrastar uma multidão e ser fotografada, que as suas amigas desfilam nas passarelas das semanas de moda e aparecem nas capas de revistas e estrelam em grandes filmes.

Swift cita nomes regularmente, e quase todos eles pertencem ao seu grupo de amigas, muitas das quais são extremamente famosas. “Minhas amigas e eu trocamos mensagens todos os dias”, ela me conta, se parecendo quase da família real em um traje de Saint Laurent, sentada em uma mesa medieval em um dos aposentos imponentes do hotel. “Isso dá umas 20 ou 25 garotas… Algumas das mensagens são em grupo, mas a maioria são mensagens únicas. Sabemos quando todas estão em Nova York, quem está na cidade, quem está em LA. Sendo um grande grupo de garotas que amam umas as outras, nós sabemos onde todas estão”, ela diz antes de refletir animadamente, “nunca tive isso antes”.

Essas amigas incluem modelos (Kloss, Hadid, Delevingne, Kendall Jenner), atrizes (Emma Stone, Lena Dunham, Hailee Steinfeld, Jamie King) e cantoras (Selena Gomez, Goulding, Lorde, as irmãs Haim). Swift almoça e janta com as amigas, ela vai a shows com elas, pinta com elas, cozinha com ela, vai a tapetes vermelhos com elas, muitas aparecem em vídeos pré-gravados que passam durante as pausas de sua turnê mundial e algumas delas até mesmo apareceram em carne e osso em seus shows para caminhar pelo palco e acenar para a plateia. “Ela divide o palco com as pessoas”, Gomez faz a observação para mim mais tarde. “Muitos artistas nunca fariam isso”.

Swift conheceu cada membro de sua tribo de uma maneira diferente: Dunham e Swift interagiram primeiro no Twitter em 2012; Swift conheceu Kloss no Victoria’s Secret Fashion Show um ano depois; muitos de nós conhecemos Martha Hunt quando ela começou a aparecer em várias fotos postadas no Instagram de jantares de Swift. Mas a verdadeira coroação do grupo como uma força da cultura pop veio nesta primavera, com o grandioso vídeo clipe para a música de Swift, “Bad Blood”, em que mais de uma dúzia de membros de seu grupo fazem uma aparição. “Ela estava fodona naquele dia”, Delevingne diz sobre o dia em que gravaram o vídeo, que foi produzido por Swift. “Ela juntou todo mundo. Foi incrível e ver em seu elemento”. Swift, que tinha 16 anos quando seu primeiro álbum, “Taylor Swift”, foi lançado, já falou antes sobre a falta de amigos em sua infância (“comecei a escrever músicas porque não tinha mais ninguém com quem conversar”), então é fácil a ver comandando este pelotão em uma tentativa de construir a experiência de colegial que ela nunca teve. Agora ela não tem apenas uma mesa para se sentar no refeitório — ela tem dúzias.

Estas garotas não estão saindo de boates às três da manhã, ou aparecendo no TMZ por motivos ilegais. Delevingne nos conta que uma noite típica do grupo envolve Swift vestindo suas amigas em camisolas de época, compradas por Swift na loja de antiguidades Gilchrist Gilchrist em Nashville. Swift tem um armário inteiro delas, conta Delevingne, completando, “ela também é ótima em fazer um café-da-manhã”. (“Eu absolutamente domino os omeletes”, conta Swift). Gomez concorda que seus encontros são normalmente discretos: “Vamos até a casa dela e nos divertimos, ou cozinhamos ou saímos para jantar”. Swift não é puritana (ela diz que as pessoas às vezes supõe erroneamente, ao conhecê-la, que ela “nunca bebe e vai à igreja cinco vezes por semana”), mas ela não é exatamente uma Miley Cyrus também. Durante o almoço, enquanto Swift e eu comemos saladas, alguém repara que Swift tem um pedaço de comida em seu queixo e ela anuncia: “Eu nunca consigo saber quando tenho comida na minha cara… ou quando alguém está drogado. É por isso que não posso ir ao Coachella ou a Glastonbury”.

Enquanto alguém pode pensar que no nível de fama de Swift — que pode causar uma comoção de tabloides com uma simples encarada em uma premiação ou uma escolha pouco comum de vestuário depois da academia — seria cuidadosa sobre contar seus segredos, Swift diz que ela tem provas de que seu grupo de amigas é confiável. “Eu não dou uma versão editada de mim para meus amigos. E sempre que eu leio um desses artigos em tabloides que dizem ‘uma fonte próxima a Swift diz’, sempre está incorreto. Nenhum dos meus amigos estão falando nada e eles sabem de tudo”.

Quando pergunto se existe tensão entre algum dos membros de seu grupo diverso, Swift balança a cabeça vigorosamente. “Isso não acontece. Até temos garotas em nosso grupo que namoraram a mesma pessoa. É como se a irmandade estivesse em uma das posições mais altas na nossa lista de prioridades. É muito mais do que um cara que você não deu certo. Quando você tem esse grupo de garotas que precisam umas das outras tanto quanto nós, neste clima, quando é tão difícil para que as mulheres sejam compreendidas e representadas da maneira correta na mídia… agora nós precisamos, mais do nunca, sermos justas e generosas com as outras e não julgar — e só porque você tem o mesmo gosto para homens, não colocamos isso contra a outra”. Dias depois da nossa conversa, ela posta uma foto em seu Instagram mostrando um encontro duplo em um barco no Rio Tâmisa, acompanhada por Kloss. Na foto: Swift, seu namorado o DJ escocês Calvin Harris; Hadid e Joe Jonas, o atual namorado de Hadid, que namorou Swift em 2008 (e terminou com ela famosamente em uma ligação de 27 segundos).

Parada de hits

O último ano de Swift foi do tipo que outras estrelas do pop envenenariam pessoas para conseguir. Em agosto de 2014, sela lançou o single “Shake it Off”, que estreou na primeira posição no Hot 100 da Billboard e recebeu três indicações ao Grammy. seu quinto álbum, 1989, chegou dois meses depois, em outubro e vendeu 1,287 milhões de cópias na primeira semana. Ele se tornou o álbum mais vendido nos EUA em 2014 e é o que mais obteve sucesso em sua carreira. Swift diz que este álbum, seu primeiro a incluir exclusivamente músicas pop (em oposição ao completamente country e country com toques de pop que eram os seus primeiros álbuns), é o que ela “mais gosta”. Ele “é o mais sonoramente coesivo de todos os meus álbuns”, ela diz. “Não poderia estar mais orgulhosa dele”.

Aos 25 anos, Swift é incrivelmente popular entre os jovens como ela é entre os que nasceram no começo do milênio (e os baby-boomers, mesmo que eles sejam mais relutantes em admitir). Ela tem sete Grammys e 16 American Music Awards; ela já foi nomeada a Mulher do Ano da Billboard duas vezes, em 2011 e em 2014; ela ganhou seis vezes o prêmio da Associação de Compositores de Nashville por compositora/artista do ano; e de acordo com a Forbes, ela arrecadou $80 milhões de dólares no ano passado, com uma fortuna estimada em $200 milhões de dólares. Ela também encontra tempo para se relacionar com seus fãs individualmente, selecionando e embrulhando presentes de festas de final de ano para vários deles (documentados em um vídeos de seis minutos que já foi visto por mais de 17 milhões de pessoas), e respondendo em seu blog a um jovem menino buscando conselhos para o que usar para a formatura e uma menina que disse que a música de Swift a ajudou a se recuperar de duas operações no coração.

“Penso que a importância dela é infinita”, diz Jack Antonoff, que co-escreveu a músicas no 1989 com Swift e namora a integrante da Equipe Swift Dunham. “Ela é a maior estrela, mas também está fazendo uma arte incrível. É a tempestade perfeita”. Gomez aponta que Swift continua se elevando a novos parâmetros: “Ela sempre está se superando, mas continua sendo quem ela é no centro de tudo isso”.

Swift que está na nossa lista de Melhores Vestidas Internacionalmente neste ano pela primeira vez — agora é vista como uma referência fashion, em partes devido ao seu círculo social de supermodelos. (Swift se apresentou no Victoria’s Secret Fashion Show nos últimos dois anos). Seu uniforme diário, colocando ou tirando uma boina e saltos, normalmente se constitui de um crop top, lábios vermelhos e uma bolsa carregada na sua frente, pendurada em seu antebraço. Swift evita este rótulo, no entanto. “Eu acho que sei como me vestir bem”, ela diz. “Mas no dia que você admitir ser um ícone fashion, será o dia que você precisará se olhar no espelho e realmente olhar para você”. Ela diz que ela não fala sobre moda com suas amigas: “Nunca falamos sobre coisas assim. Nós só comentamos: ‘Estes sapatos são bonitos’. Essa é a conversa completa. Todas nos vestimos de forma diferente”.

Delevingne concorda: “Sempre existem assuntos mais importantes do que o que estamos vestindo”, a modelo me conta.

Vigília da Apple

Se Swift ainda não era a coisa mais próxima que tínhamos de uma imperatriz da cultura pop, a repercussão da carta aberta que ela postou em seu blog em Junho, endereçada à Apple, fez com que o grande poder que ela possui se tornasse inquestionavelmente claro. A companhia tinha anunciado que iria lançar um grande serviço de streaming, o Apple Music, que iria permitir que os usuários aproveitassem de três meses de teste gratuito antes que fossem cobrados $9.99 dólares mensalmente pela sua assinatura. Os artistas, no entanto, não seriam recompensados por estes três meses, o que não pareceu certo para Swift. Ela escreveu, “eu digo para a Apple com todo o respeito, não é tarde para mudar esta política e mudar o pensamento daqueles dentro da indústria da música que vão ser profundamente e gravemente afetados por isso. Não te pedimos por iPhones de graça. Por favor, não nos peça para que coloquemos a nossa música a disposição sem recompensa nenhuma”. Ela postou a carta no começo da manhã. No final do dia, a Apple tinha decidido por mudar sua política, e Swift foi amplamente proclamada como a salvadora da indústria da música. Swift — que tinha mantido o 1989 fora dos serviços de streaming como o Spotify (do qual ela não acha que recompensa justamente os artistas por seu trabalho — anunciou alguns dias depois que ela colocaria o 1989 no Apple Music). Swift me contou que, mesmo depois da mudança de política da Apple, ela estava esperando que as gravadoras independentes Merlin e Beggers Group se comprometessem ao Apple Music antes de tomar alguma decisão. (Como uma artista independente — Swift tem a posse das suas gravações e tem controle sobre a sua distribuição — ela disse que queria mostrar seu apoio para a comunidade independente em geral).

“Escrevi aquela carta lá pelas quatro da manhã”, ela me conta. “Os contratos tinham acabado de chegar para os meus amigos e um deles me mandou fotos de um contrato. Eu li o termo ‘zero por cento de compensação para os donos dos direitos’. Às vezes eu acordo no meio da noite e eu escrevo uma música e não consigo dormir até terminá-la, e foi o que aconteceu com aquela carta”. Pergunto se ela mostrou para alguém antes de postar. “Eu li para minha mãe”, ela diz. “Ela sempre será a pessoa que eu procuro. Eu só disse: ‘Estou com medo dessa carta, mas tive que escrevê-la. Posso não postá-la, mas tinha que dizer isso'”.

Swift não esperava que a Apple mudasse de pensamento. Na verdade, ela tinha medo “que as pessoas dissessem: ‘Por que ela não cala a boca sobre isso? ‘”, depois do artigo que ela escreveu para o Wall Street Journal em Julho do ano passado sobre suas preocupações quanto os serviços gratuitos de streaming, como o Spotify. “Meu receio era que eu fosse vista como alguém que só chora e reclama sobre esse negócio que ninguém mais reclama sobre”, ela me conta.

Depois que Swift tirou todas suas músicas do Spotify em novembro de 2014, a plataforma publicou um post em seu blog sobre a decisão dela, que dizia: “Esperamos que Swift mude de ideia e nos junte em construir uma nova economia da música que funcione para todos”. A postagem acabou com uma frase em referência a uma de suas músicas (“Taylor, nós dois éramos jovens quando nós te vimos pela primeira vez…”). Swift diz que ficou eufórica em ver que a Apple aceitou o seu argumento, em contrate a como o Spotify a respondeu. “A Apple me tratou como se eu fosse a voz de uma comunidade com a que eles realmente se importam”, ela diz. “E eu achei realmente irônico que a companhia que vale vários bilhões de dólares reagiu às criticas com humildade, e a start-up sem fluxo de caixa reagiu ao criticismo como uma máquina corporativa”.

O Spotify entrou em contato ou falou com você desde que você postou a sua carta?, perguntei. “Eles falam muito sobre mim”, ela diz, com um sorriso que pode lembrar um que ela mostraria em um vídeo clipe enquanto sai andando de uma explosão.

Enquanto a boa vontade da Apple em se relacionar com Swift em um nível igualitário é, por si só, um indicativo de sua grande influência, o fato de que a empresa que é conhecida por ter segredos e não divulgar muitas coisas estava disposta a  conversar comigo sobre Swift, certamente confirmou isto. (Alguém pode imaginar que Swift poderia, se quisesse, negociar tratados de paz entre nações em guerra a esta altura).

Eddy Cue, o vice presidente de softwares de Internet e serviços da Apple, disse que a Apple já estava discutindo pagar aos artistas pelo período de testes, depois de críticas iniciais das gravadoras independentes, mas que a carta de Swift “acelerou os nossos pensamentos”. Ela me disse em uma entrevista por telefone: “Passei um tempo falando com o CEO da Apple, Tim Cook, sobre isso e falando para ele o que eu pensava e, relativamente rápido, chegamos a uma conclusão sobre o que achávamos que era a melhor maneira de lidar com isso”. Cue disse que ele “não teve problemas” com Swift chamando a atenção da Apple (“gostei da maneira com que ela escreveu”), e ele disse que era importante para a Apple em tratar Swift como uma parceira no problema, e que foi por isso que ele fez questão de ligar para ela antes de fazer qualquer anúncio. “Quando você é Taylor Swift e você se expõe como ela fez, eu achei que seria apropriado de nossa parte em ter uma discussão juntos sobre isso”, ele disse.

Swift chama a decisão da Apple como um “grande avanço” para a indústria. No jantar de Stella McCartney que mencionei antes, todas as mulheres presentes agradeceram individualmente a Swift por escrever a carta, ela conta, por conta própria ou representando algum amigo. “Nunca tinha passado por nada como isso antes, em que todo mundo em um evento social que eu estivesse, soubesse sobre alguma coisa que tinha acontecido”.

Mas quando eu estava começando a pensar que Swift era quase invencível, a sua insegurança que é uma marca registrada, retorna. Ela afunda um pouco em sua cadeira, brinca com as mangas brancas de sua camisa, e reflete: “Espero que não se torne algo estranho, em que as pessoas encontram defeitos em mim, que é o que aconteceu todas as outras vezes que alguma coisa boa aconteceu para mim. Você não pode acreditar muito na repercussão positiva, e você não pode acreditar muito nas notícias negativas — você vive no meio”.

Amigo de Verdade

Hoje, Swift diz, que ela se sente “muito compreendida” pelo público, mas ela nem sempre esteve satisfeita com a maneira com que era vista. Em 2013, depois de ter terminado relacionamentos públicos com Harry Styles, Conor Kennedy (o filho de Robert Kennedy Jr.) e Jake Gyllenhaal, a narrativa que rodeava Swift era a de que ela era excessivamente obsessiva por relacionamentos, que ela só namorava para que pudesse escrever músicas sobre os namorados. Swift decidiu, com o tempo, em parar de prestar atenção para a mídia. “Na maior parte de 2012 e 2013 eu não entrava na internet, porque eu não gostava do que diziam sobre mim”, ela diz. “E era tão errado que eu sabia que não tinha nada que eu poderia fazer para lutar. Quando a mídia decide que eles não gostam de você, não há nada que você possa fazer que não pareça desesperado e irritante para todo mundo quando você tenta se defender. Então eu entrava na minha fortaleza emocional e fingia que não tinham bombas sendo jogadas do lado de fora”.

Então como ela saiu do seu abrigo anti-bombas? “Acho que apenas decidi que se a mídia ia falar aquilo sobre mim, que eu era louca por garotos e tão dependente de homens e tudo isso, que eu não os daria uma razão para dizer aquilo, e que eu não seria vista perto de qualquer homem durante anos — então foi o que eu fiz”, ela diz. “E o que acabou acontecendo foi que eu fiquei mais feliz do que nunca. Eu jurei que nunca entraria em outro relacionamento se isso significasse mudar quem eu sou, ou que me tirasse desse estado em que meus amigos são tudo para mim”.

Gomez, 23 anos, que é a melhor amiga de Swift desde que ela tinha 15 anos, diz que ela viu Swift sair das chamas dos tabloides, várias vezes, como se fosse uma fênix. “Não importa que tipo de fofoca que as pessoas vão tentar falar dela, a sua posição, a sua carreira, o seu poder, superam isso”, diz Gomes. “É quase como: não se meta com a Taylor. Não se meta com a Taylor”.

Enquanto Swift mantêm a sua política de “nunca fiz, nunca farei” quando envolve falar sobre a sua vida romântica, ela está envolvida com Harris, um DJ que de acordo com a Forbes arrecadou $66 milhões de dólares no ano passado, desde março quando eles foram vistos de mãos dadas em um show de Kenny Chesney em Nashville. (Neste verão, Harris e Swift começaram a aparecer no perfil do Instagram um do outro, um sinal dos tempos modernos de que “as coisas estão começando a ficar sérias”). Quando pergunto como Swift abordou um relacionamento ao ter um grande compromisso com a sua irmandade, ela explica que apenas sairia com alguém que não infringisse a nova vida que ela queria para si mesmo. “Este foi o jeito que eu decidi tocar a minha vida”, ela diz. “Sem procurar nada, sem estar necessariamente aberta para qualquer coisa, e só estando aberta para a ideia que, se eu encontrar alguém que nunca tentasse mudar quem eu sou, essa seria a única pessoa com quem eu poderia me apaixonar. Porque, você sabe, estava apaixonada pela minha vida”. (Notem o verbo no passado, Swifties)

Ela praticamente salta da cadeira quando pergunto se é importante que seu namorado e suas amigas se deem bem. “MUITO IMPORTANTE. Oh, é muito importante”.

“Em todo grupo de amigos, você encontra uma ou duas garotas que você ouve dizer que, ‘oh, ela é tão diferente perto do namorado!'”, diz Swift. “Eu nunca quis ser essa garota. Então foi um objetivo muito grande meu: nunca se tornar outra pessoa por algum relacionamento”.

Sugiro que, algumas vezes, pode ser difícil manter a sua identidade em um novo relacionamento, Swift ri, sabiamente.

“Se você gosta de agradar as pessoas, como quase todos nós somos, você tenta se adaptar aos sinais que a pessoa está te dando”, ela diz. “Não é sobre mudar o fato de você agradar pessoas, é encontrar alguém que não seja crítico. Essa pode ser a coisa mais dolorosa, tentar amar alguém que é naturalmente critico”.

“Isso já aconteceu com ela?”, pergunto, mesmo que a resposta seja óbvia.

“Uh, sim” ela diz. “Mas eu normalmente não cometo o mesmo erro duas vezes. Eu faço novos erros, mas normalmente não repito os antigos”.

Garota de família

Perto do final do almoço, os pais de Swift, Andrea e Scott, chegam. Swift parece completamente relaxada na presença deles, assim como um estudante da faculdade imediatamente se joga em sua cama cheia de animais de pelúcia quando vai para casa no Natal.

Swift nasceu em Reading, na Pensilvânia, em 1989, e ela cresceu perto dali, em uma fazenda de árvores de natal, o que parece ser impossivelmente conveniente para ser verdade, mas é. Aos 11 anos, Swift — depois de assistir a um Behind The Music especial sobre Faith Hill — decidiu que ela precisava ir para Nashville se quisesse se aventurar em uma carreira musical, e ela pediu a sua mãe para que a levasse até lá para que ela pudesse enviar demos. Eventualmente, quando Taylor tinha 14 anos, toda família — incluindo irmão mais novo de Taylor, Austin — se mudaram para a região de Nashville. (Austin, 23 anos, se formou na Universidade de Notre Dame na última primavera).

“Mama Swift” — como as amigas de Swift chamam a mãe de Swift — está presente na maioria dos shows da filha, e é o seu trabalho de andar pela plateia toda a noite para escolher vários dos fãs mais apaixonados de Swift para conhecê-la depois do show. Quando falo com Andrea, quando nos sentamos em um sofá nos bastidores horas antes do show de Swift no Hyde Park, comento sobre a experiência quase sagrada que estes jovens parecem estar vivendo enquanto esperam na fila para conhecer Swift. (Escutei uma adolescente exclamar, depois de conhecer Swift, “O que ela te disse?” a amiga respondeu, “Eu não lembro!!!”)

“As pessoas me perguntam se a minha filha me faz chorar”, Andrea me diz. “E eu digo que é quando eu vejo outras pessoas chorarem, ao conhecê-la, que é isso que me faz chorar”.

Na parada de 1989 World Tour em Charlotte, na Carolina do Norte, Andrea saiu dos bastidores quase 10 minutos antes do show começar, e eu observei os fãs que estavam sentados perto do palco irem até ela, dando abraços e pedindo selfies. Se Taylor Swift é a melhor amiga deles, a mãe de Taylor Swift é a mãe da melhor amiga, a mãe que você se sente confortável para contar segredos, a mãe que os petiscos parecem ser melhores que aqueles que os seus próprios pais fazem.

Em Abril, em uma postagem intitulada “Só para que vocês saibam…”, Taylor compartilhou com seus fãs que Andrea havia sido diagnosticada com câncer. “Prefiro manter os detalhes de sua condição e os planos de tratamento em privado, mas ela queria que vocês soubessem”, escreveu Taylor.

Quando pergunto a Taylor quais são as estratégias para quando ela está triste, completamente desanimada, sobre qualquer coisa em sua vida, ela diz que normalmente tenta ser a sua própria psiquiatra (“como compositora você acaba falando muito sozinha”). Mas então ela pensa melhor na pergunta. “Ou ligo para a minha mãe. Minha mãe é o último recurso. Ela é a última arma para me fazer me sentir melhor porque ela é muito boa em ser racional e realista. Ela sempre vai me colocar de volta em um lugar que não esteja tão desbalanceada”.

Turbilhão de fofocas

Como Swift parece tão bem resolvida sobre o que é escrito sobre ela, tão consciente sobre as obsessões dos tabloides e das brigas imaginadas e narrativas criadas, e — nesta altura de sua carreira — tão em controle deles, eu tinha a sensação, de perguntar para um autor o porquê ela tinha tomado certa história para uma direção em particular.

Swift recentemente se reconciliou com Kanye West, quem — em um dos momentos mais marcantes da cultura pop neste século — interrompeu Swift (enquanto ela aceitava o prêmio de melhor vídeo feminino do ano) no palco do MTV Video Music Awards em 2009, proclamando que Beyoncé merecia o prêmio. No ano seguinte, na mesma cerimônia, Swift cantou uma música em que ela deixou implícito o seu perdão, chamada “Innocent”. Os dois mantiveram distância um do outro durante anos, até a última primavera, quando Swift e West (com a esposa Kim Kardashian) foram vistos conversando na cerimônia de entrega dos Grammys. Os dois são próximos o suficiente para terem o endereço de e-mail do outro e para irem jantar juntos no Spotted Pig em Nova York, desenvolvimentos que pareciam impossíveis logo depois do incidente.

“Sinto que não estava pronta para ser amiga dele até que eu percebesse que ele tinha algum tipo de respeito por mim, e ele não estava pronto para ser meu amigo até que ele tivesse algum tipo de respeito por mim — então era o mesmo problema, e nós dois chegamos ao mesmo lugar, ao mesmo tempo”, ela diz. “Me tornei amiga do Jay Z, e acho que era importante, para o Jay Z, que o Kanye e eu nos entendêssemos”. Ela continua: “Começou com nós dois gostando muito do Jay e querendo que ele fosse feliz. E então Kanye e eu chegamos a um ponto que ele diria coisas legais sobre minha música e o que eu conquistei, e eu podia o perguntar como a filha dele está”.

Swift se inclina a frente e sorri timidamente quando pergunto se ela e o West planejaram uma colaboração, respondendo que ela “não excluiria a possibilidade”. Ela avalia, diplomaticamente: “Não planejamos nada. Mas, hey, gosto dele como pessoa. E esse é um ótimo primeiro passo, um boa lugar para estarmos”. A conto que tem um GIF dela e de Kardashian dançando na plateia do Brit Awards do qual eu gosto bastante, e ela imediatamente sabe sobre qual me refiro. “Adoro a Kim”, ela diz. “Ela é muito gentil. Ela é uma pessoa super gentil, amável e receptiva”.

O entendimento de Swift sobre o ciclo da fofoca parece tão afinado neste ponto que ela até sabe quais são as potenciais histórias do futuro. Ela me conta que realmente a incomodou quando blogs colocaram o seu clipe de “Bad Blood” contra o de Madonna para “Bitch, I’m Madonna” (que incluiu Beyoncé, Miley Cyrus e Katy Perry). “Eu fiquei bem indignada que colocaram duas mulheres que fizeram clipes ambiciosos e usaram como um fator qualificante para compará-las e contrastá-las. Eu odiei porque Madonna e eu nos damos bem e somos fãs uma da outra e nos apresentamos juntas no iHeartRadio Awards em março, e eu não queria ver aquilo, e não tinha nada que eu pudesse fazer porque é como o mundo funciona no momento”.

Como se fosse para deixar claro que não existe nenhuma tensão entre elas, Swift me contra sobre interações extremamente cordiais que ela teve com Madonna nos bastidores antes da apresentação do iHeartRadio Awards. “Ela me deu joias antes que entrássemos no palco. Quando fui ao seu camarim, eu elogiei uma vela e um difusor que ela tinha, porque o camarim dela tinha o cheiro de uma floresta mágica. Uma semana depois, recebo uma caixa e ela tinha enviado o mesmo difusor e todos os óleos de essência e a mesma vela que eu elogiei”. Ela conclui: “Madonna e eu vamos colaborar de novo, e então a mídia vai perceber que não havia tensão nenhum um fator competitivo”.

Sobre a suposta briga entre Swift e Katy Perry — “Bad Blood” de Swift é supostamente sobre Perry, que supostamente roubou dançarinos da turnê de Swift há alguns anos — Swift evitou o assunto. Mas é difícil para que eu não pense em Perry quando Swift aborda o assunto de amigos que ela descartou: “Confiei em pessoas anteriormente em amizades e em relacionamentos e me senti traída. Eu julgo as pessoas baseado no seu código moral. Acho que uma pessoa não é nada sem um código moral. Não me importa se você é talentoso, celebrado, faz sucesso, é rico ou popular se você não tem um código moral. Se você traí seu amigo, se você fala mal sobre ele pelas costas, se você tenta o humilhar ou menosprezá-lo, não tenho nenhum interesse em ter uma pessoa como essa na minha vida”.

Classe nos bastidores

Nos bastidores, antes do show no Hyde Park, eu vejo Swift se direcionar a um grupo de membros da indústria de Londres que acabaram de entregar uma placa que comemora o sucesso do 1989. Ela está usando um crop top de rende branca que mostra sua barriga, uma saia amarela berrante e com a maquiagem do show e o seu nível de energia poderia indicar que ela acabou de tomar 17 doses de espresso. Ela agradece o seleto grupo por tocar a música dela no Reino Unido, especialmente no começo, quando não era o que eles costumavam tocar.

Ela individualmente cumprimenta cada convidado, muitos deles que tem duas ou três crianças a tiracolo, e encontra alguma coisa para falar para todos eles que acaba sendo autentico e especifico. (“Vocês são uma daquelas famílias sortudas em que cada pai tem uma miniatura!”). Essa Taylor — empresária-politica-artista Taylor — é uma Taylor muito diferente daquela que eu conheci no dia anterior, aquela que eu passei quase dois minutos tentando lembrar o nome para a conveniência que usavam no Egito antigo para carregar a Cleópatra. (“Liteira”, tinha nos escapado)

No dia anterior, eu a perguntei se teria alguém com um arco de carreira que ela se via imitando a medida que fica mais velha. Sem pensar, ela indicou duas mulheres, nenhuma das duas é cantora: Oprah Winfrey e Angelina Jolie. “Se você olhar para a Oprah, ela já fez muita gente feliz durante os anos. Ela tem tanto dinheiro, mas ela doou grande parte dele”, Swift me disse. “Mesma coisa com a Angelina Jolie. Ela tem sido produtiva, mas ela usou a sua posição para melhorar as vidas das outras pessoas, e eu acho que é assim que eu quero ser. Eu quero deixar uma trilha de pessoas por trás de mim que tiveram melhores oportunidades ou se sentiram melhor consigo mesmos por minha causa ou sorriram por minha causa”.

Enquanto a maioria dos bastidores de festivais de música não conseguem nem ser descritos ou são quase-nojentos, quando eu saio do trailer de Swift, é como se eu estivesse em um desfile em Milão. Supermodelos cheias de graça — Karlie, Gigi, Cara — andam de um lado pro outro, passando entre barreiras, rindo alto, como primas em um jantar de ação de graças. O Sol brilha entre a neblina de Londres. Não me chocaria, pela cena, se a sujeira embaixo de nossos pés tivesse gosto de mel. (Depois, enquanto cantava “Style” durante o show, Swift levaria Kloss, Hadid e Delevingne para o palco, junto de Kendall Jenner, Martha Hunt e Serena Williams). Penso no nosso almoço no dia anterior, quando Mario Testino perguntou a Taylor quantos anos ela tinha. Ela tinha dito que tinha 25 anos, e ela exclamou: “Tão jovem!”

Entro de volta no trailer e antes que do resto dos encontros que ela tem marcado comece, eu sou levado para dizer “oi” para Taylor. Nos abraçamos, e ela me conta sobre o resto de sua noite após a entrevista, na qual ela passou com Emma Watson, Cara e a cantora St. Vincent, namorada de Cara, no Loulou’s. Falamos sobre a boate um pouco mais — Swift mexe suas mãos enquanto explica o design do interior — e então, instintivamente, ela olha para alguém da equipe e pergunta: “A seguir é o meu geral ou tenho a imprensa?”, e então desaparece por trás de uma cortina para esperar pelo seu primeiro meet-and-greet. Muito brevemente — por trás daquela cortina, durante o tempo que leva as duas adolescentes que são as primeiras na fila a entrarem — ela está sozinha.

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