29 de março de 21 Autor: Maria Eloisa
Saiba o que a crítica achou de “You All Over Me”

Na última semana, Taylor lançou a primeira faixa “do cofre” (From The Vault) da versão regravada do Fearless: “You All Over Me”. Com vocais de fundo de Marren Morris e produção de Aaron Dessner, Taylor deixou todos os country fãs emocionados! A NME e a Variety, importantes veículos, rasgaram elogios para a música. Confira abaixo:

NME

O ano é 2008. O primeiro filme da série Twilight está dominando as bilheterias, Obama foi eleito o presidente dos EUA e a estrela adolescente do country, Taylor Swift, acaba de lançar seu aclamado segundo álbum, chamado “Fearless”.

Lançado no final daquele ano e seguido de músicas que fizeram um sucesso enorme, como “Love Story” e a country-pop “You Belong With Me”, “Fearless” foi o álbum que serviu de catapulta para Taylor se tornar a grande artista que ela é hoje. O álbum ganhou diversos prêmios (incluindo Álbum do Ano no Grammy) e ficou no top de várias paradas no mundo. A turnê colossal e global que surgiu logo após o lançamento do álbum permitiu que Taylor tocasse na Wembley Arena, em Londres.


Agora, mais de uma década depois do seu lançamento, nós estamos revisitando aquele tempo com o lançamento de “Fearless (Taylor’s Version)” no próximo mês. Como parte da sua batalha sem precedentes pelo direito de possuir suas músicas, ela está regravando seus seis primeiros álbuns, com “Fearless” sendo o primeiro a ver a luz do dia.


Junto com o trabalho de refazer o álbum, há algumas surpresas – incluindo o lançamento da faixa “You All Over Me (From The Vault)”.

No “Fearless (Taylor’s Version)”, Taylor irá compartilhar mais 6 músicas nunca ouvida antes “do seu cofre”, escritas quando ela tinha entre 16 e 18 anos para o lançamento de seu segundo álbum. De volta quando ela inicialmente lançava “Fearless” em 2008, essas músicas foram mantidas em sigilo por várias razões (incluindo o fato de você não poder lotar com muitas músicas um CD físico – bem típico do ano de 2008). Mas agora, com a regravação do seu segundo álbum, Taylor quer deixar os fãs “dentro de toda paisagem dos sonhos do seu álbum Fearless” – e as restrições de um CD físico que se danem!


Ouvindo “You All Over Me” você entra em um déjà-vu musical. A faixa é cheia de toques do “Fearless”: instrumentos country, violino elevados e guitarras cadenciadas, linhas de bateria nítidas que lembram a faixa “Come In With The Rain”, e backing vocals (fornecidos pela cantora country Maren Morris), que lembram “Forever & Always”. Tudo isso é ainda fechado com chave de ouro com os vocais de Taylor – mais poderosos do que eram quando “Fearless” foi lançado há mais de 12 anos, mas ainda assim lembram o sotaque country de seu primeiro álbum. É a primeira música que ainda não tinha sido ouvida – mas que parece estranhamente familiar, como se fosse uma cápsula do tempo para a era “Fearless”.


As letras é típica de Swift, também. Descrevendo um relacionamento que você não consegue tirar de dentro de você, demonstra a habilidade de contar histórias da Taylor, conseguindo transmitir um relacionamento completo nas frases “I lived / And I learned / Had you / Got burned / Held out / And held on / God knows / Too long” – enquanto inclui uma crítica, típica característica de Taylor: “The best and worst day of June / Was the one that I met you”.

Há evidências, no entanto, que “You All Over Me” não foi apenas tirada de uma fita cheia de rascunhos, mas em vez disso, recebeu o tratamento de 13 anos de aprendizado e crescimento. Produzida pelo Aaron Dessner do The National, o gênio da produção por trás de grandes partes de “evermore” e do “folklore” lançados no ano passado, ele exibe a paisagem sonora de “Fearless” por meio de um delicado filtro da era “folklore”. A sutil linha de abertura dos sintetizadores lembra a produção de Dessner em “The Last Great American Dynasty”, e a guitarra da faixa se sente em casa quando colocada dentro do contexto do álbum feito durante o lockdown em 2020.


Em grande parte, porém, ele cumpre sua função mergulhando de volta no mundo de “Fearless”. Uma música country-pop que adiciona um novo capítulo na história do seu segundo álbum, e que começa a jornada de Taylor em nos permitir acompanhá-la em uma fascinante caminhada pela estrada da memória.

 Variety

Para a maior parte dos cantores e compositores, chegar aos 31 anos de idade e então pensar em gravar algo que você escreveu quando era estudante do ensino médio e não achava que era forte o suficiente para ser lançado pode ser tão agradável quanto uma demonstração de afogamento.  Mas Taylor Swift, que ganhou um Grammy de Álbum do Ano pelas músicas que escreveu e gravou na era Fearless, não é a maioria dos cantores e compositores, então talvez faça sentido que suas rejeições na adolescência não sejam tão vergonhosas quanto as das outras pessoas. Ainda: ela realmente quer ter 18 anos de novo, mesmo que por 3 minutos e meio? 

Ela quer em “You All Over Me”, uma canção não lançada anteriormente da adolescência dela. A superestrela regravou a faixa e lançou na última quinta feira, como a primeira música extra do álbum “Fearless (Taylor’s Version)”. Um veredito imediato: com um catálogo de canções extras nas edições deluxe, sobre estar congelada e não conseguir superar alguém, a faixa não é tão brilhante como “Right Where You Left Me”, uma das músicas bônus do evermore. Dito isso, a música também é muito boa e tem vários versos formidáveis que te lembram como ela já chegou uma liricista quase formada no cenário musical, considerando que ela era apenas uma garota. Se você é um compositor pop e diz que ficaria envergonhado por lançar uma música dessas com 28, 38 ou 48 anos, você provavelmente estará mentindo ou é Joni Mitchell. 

A música com a qual você mais vai conseguir comparar não está em “Fearless”, mas em “1989”: Liricamente, é uma espécie de “precedente” de “Clean” por ser uma música sobre se sentir “manchada” … embora com certeza não soe suja. “A forma como os pneus mexem as pedras em estradas rurais antigas / Eles deixam tudo lamacento por baixo, me lembra você”, ela canta, e essa é uma metáfora vívida para uma pegajosa reviravolta romântica que talvez nem mesmo Joni pensaria em ter inventado. Há uma inteligência precoce em como ela ecoa a frase de efeito “me lembra de você” meia estrofe depois, com uma comparação com uma nota de um dólar excessivamente gasta: “Você não pode mudar onde esteve – me lembra de mim”. “O melhor e o pior dia de junho foi aquele em que te conheci” … bem, ele é seu erro favorito. A cereja do bolo é o refrão, aquele que vai lembrar a todos da ainda mais triste, porém mais otimista, “Clean” de alguns anos depois, quando Swift canta: “Nenhuma quantidade de liberdade deixa você limpo / Eu ainda tenho você sobre mim”. Há um duplo sentido de emoção e simbolismo aí – “sobre mim (all over me)” como na sujeira, e “me superou completamente (all over me)” como o cara seguiu em frente – bem, isso é uma demonstração de country clássico, bem ali.

Aaron Dessner, agora mais famoso como colaborador de “folklore” e “evermore”, mas um dia talvez voltará a ser famoso por sua banda de rock, retorna como co-produtor de Swift aqui, mas não traz nenhum tipo de marca freak-folk para esta melodia nada fresca. Ou quase nenhuma[ marca]. O domínio do bandolim e o doce tom musical estão de acordo com o que ainda marcava Swift como country em 2008 que, se você não soubesse do envolvimento de Dessner, ou que Maren Morris está cantando a parte da harmonia, você quase poderia dizer que a faixa dessa maneira passou os últimos 13 anos no disco rígido de Nathan Chapman. Exceto por aquela guitarra elétrica abrasiva (mas não muito abrasiva) ao fundo, que momentaneamente dá a sensação de que seu sintonizador de FM está se aproximando de uma estação universitária tocando The National. Esse toque é subliminar o suficiente, porém, ainda parece a rádio heartland de 2008, com Gary Allan, Phil Vassar ou Lady Antebellum tocando após o próximo intervalo.

O lançamento da música agora é uma lição em várias maneiras: como Swift já era uma compositora tão boa ali, criando trechos específicos e individuais, que é quase impossível de acreditar que ela os  deixou no chão da sala de edição… e como ela também já era inteligente o suficiente enquanto ‘auto-editora’ para saber que nenhuma música do “Fearless” deveria ter sido descartada para que essa entrasse (já que na época sua lista de músicas era limitada ao seu 13 da sorte). Não é um de seus épicos hits, mas ainda assim é algo que valha a pena ouvir e te deixa ainda mais curioso para saber o que era bom o suficiente para ser a faixa 14 ou 15 naqueles primeiros álbuns. E estamos prestes a descobrir.

Enquanto isso, um brinde ao homem que com certeza deve estar mais feliz que qualquer Swiftie com o lançamento de “You All Over Me”: Scooter Carusoe, compositor de Nashville que finalmente conseguiu créditos de co-compositor de Swift pela primeira vez depois de 13 anos de prováveis tentativas de convencer seus amigos que ele realmente tinha uma colaboração com a cantora. (Não que ele não tenha nada para se gabar desde então, já que possui hits com Kenny Chesney, Chris Janson e outros). Pelo menos haverá um Scooter extremamente contente caso “Fearless (Taylor’s Version)” se torne um gigante nos streamings.





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