Ela falou com a MTV sobre “Only The Young”, a mochila de gato e sobre retratar o relacionamento romântico de Swift.

Você acha que conhece Taylor Swift, mas, para citar uma série antiga da MTV, “você não tem ideia”.

Assista Miss Americana, o novo documentário de Lana Wilson, diretora vencedora do Emmy, que tenta preencher os espaços em branco da mitologia em torno de Swift. O filme, que estreou no mês passado no Sundance Festival e agora está na Netflix, mostra a transformação da estrela pop, que saiu de uma pessoa que vivia em prol de agradar a todos e avaliava seu valor pela quantidade de tapinhas na cabeça – em sinal de aprovação – que recebia para se tornar uma mulher de 30 anos que parou de se preocupar e aprendeu a falar o que pensa.

“Quando eu comecei, não havia um projeto, tipo, ‘Esta é a história’, ou qualquer coisa assim”, disse Wilson à MTV News sobre o documentário. “Eu apenas comecei a filmar imediatamente após conhecê-la. Só filmei, filmei, filmei e vi o que emergiu.”

Wilson seguiu Swift por toda parte, com a intenção de capturar o que ela chama de “o contraste entre o comum e o extraordinário” da vida da estrela. Isso significa ver Swift comandando o palco durante um show em um estádio, seguido por imagens notavelmente mais emocionantes dela enrolada em um sofá de estúdio, remexendo em rascunhos de eventuais hits. Mais vitalmente, temos um vislumbre de sua mentalidade, quando ela ressurgiu de um período de exílio auto imposto para lidar com um caso de agressão sexual, um distúrbio alimentar, um despertar político apaixonado e, ah, claro, o processo de criação do seu arrebatador álbum nº1 do ano passado, Lover.

Abaixo, Wilson conta à MTV News sobre como Miss Americana é uma história de amadurecimento, o delicado equilíbrio de retratar o relacionamento romântico de Swift, fala sobre as filmagens que não entraram na edição final e a, agora infame, “mochila de gato”.

MTV News: Esse filme me deixou realmente ansiosa para ver o tipo de artista que Taylor Swift vai se tornar agora que chegou aos 30 anos e parece mais confortável em expressar o que pensa, sem se preocupar em ser uma ‘boa garota’, entre aspas. Você vê isso como um momento decisivo na vida dela?

Wilson: Absolutamente. Eu acho que é uma história de amadurecimento sobre uma mulher em um ponto crucial em sua vida e carreira. Taylor passou por toda essa dor e depois se levantou e se tornou a pessoa que ela queria ser, mas não teve a capacidade de ser por muitos anos, por causa dessa coleira que ela colocava nela mesma. É realmente incrível que as pessoas tenham o oportunidade de ver ela tirar essa coleira. É incrível do ponto de vista de um diretor de documentário quando você começa com uma pessoa e ela  realmente muda no tempo em que você filma com eles. Foi o que tive a sorte de ver.

MTV News: Fica a sensação de que ela não vê mais a necessidade de se reinventar constantemente. Como você acha que o filme define um tom ou expectativa para o futuro?

Wilson: Eu acho que ela sempre vai se desafiar artisticamente, independente de qualquer coisa. O que eu percebi quando a vi compondo, e até nos vídeos onde ela tinha 11 anos e escrevia suas primeiras músicas no violão, é que ela é alguém que sempre vai escrever algo sobre o qual ainda não escreveu, e vai fazer algo novo e experimentar. Eu acho sim que ela está mais confortável com quem ela é agora, no entanto. É sobre sua jornada para a auto-aceitação. Ela está menos focada em ser a pessoa que os outros querem que ela seja e mais focada em ser quem ela realmente é e quer ser.

MTV News: Você definitivamente viu isso ao longo do filme. Ao mesmo tempo, eu adorava ver aqueles momentos em que ela estava insegura, como quando ela descobre que o Reputation não foi indicado para um Grammy ou quando ela está criticando a maneira como seu rosto está durante as filmagens do clipe de “ME!”. Ela ainda diz em um ponto que ela sente como se houvesse uma versão melhor de si mesma lá fora. Por que você acha que esses momentos também são importantes?

Wilson: Eu acho que quando você vê alguma insegurança saindo da boca de uma estrela é algo realmente poderoso. E, de fato, como lidamos com a insegurança é realmente o que define nossa força. Taylor escreve com tanta franqueza em suas letras sobre os momentos mais difíceis e os momentos em que as coisas não correram bem. É por isso que seus fãs a amam. Todos queremos nos sentir menos sozinhos, e essa é uma das razões pelas quais as pessoas recorrem à arte. É ótimo que as pessoas vejam que seus heróis são humanos.

MTV News: Eu achei realmente eficaz como o crescimento dela apareceu na tela ao longo do filme. Realmente fez você perceber que ela era tão jovem quando todos esses grandes e educativos eventos da vida estavam acontecendo com ela. Por que você decidiu destacar as fases dela assim?

Wilson: Essa foi uma ideia do meu editor, Greg O’Toole, e eu pensei que era brilhante. Isso muda a maneira como você vê tudo. Quando pensamos em Taylor Swift, acho que tendemos a esquecer como ela era jovem quando começou. Você sente aquele espanto de “Uau! Ela estava escrevendo essas músicas nessa idade?!”, mas também pensa: “Oh meu Deus, ela teve que passar por isso quando era adolescente ?!”. Você vê as coisas boas e as difíceis de uma só vez. Isso te dá um contexto, mas também é um lembrete ao longo do filme de que essa é uma história de amadurecimento.

MTV News: Totalmente. Quando foi retratado o relacionamento de Taylor com o namorado, naqueles três minutos em que ele é mostrado nos bastidores e você vê imagens de celular que parecem ter sido filmadas por ele, eu achei particularmente emocionante e uma maneira agradável de reconhecer algo que é uma parte importante de sua vida, mas que também é sagrado e privado. Que tipo de cuidado foi adotado para alcançar esse equilíbrio?

Wilson: Realmente foi um equilíbrio. A Taylor teve muitos relacionamentos que foram públicos, por isso era importante respeitar seu desejo de manter seu relacionamento em sigilo, reconhecendo o importante papel que ele desempenha em sua vida. Lembro que tínhamos feito a primeira edição e tínhamos toda essa seção dela escrevendo o Reputation. Ela disse: “Eu tenho alguns vídeos no meu celular que acho que poderiam mostrar o fato de que, enquanto eu estava fora dos olhos do público, passei um dos momentos mais felizes da minha vida”. Quando vi esses vídeos, fiquei muito comovida com eles. Especialmente com ela cantando “Call It What You Want” de chinelos. Eu fiquei tipo: “Isso é tudo. É tudo o que precisamos saber”. É realmente especial. Você nem precisa ver o rosto do namorado dela; você podia sentir isso.

MTV News: Eu amei essa cena e as escolhas das músicas no geral. “Out Of the Woods”, “Getaway Car”, “Call It What You Want” … Eu achei muito legal como você não usou apenas “Shake It Off” e todos os grandes sucessos.

Wilson: Eu fico feliz com você dizendo isso porque muitas pessoas não comentaram sobre. Eu realmente não queria fazer “aqui estão todos os maiores sucessos de Taylor nos primeiros 10 minutos do filme”, ​​que você costuma ver nesse tipo de projeto. Eu queria usar músicas que fossem emocionais e tematicamente relacionadas ao que estava acontecendo na história naquele momento. Com “Getaway Car”, é o momento de total liberdade para ela na história do filme. Ou “Clean”, após o julgamento por assédio sexual, por exemplo.

MTV News: Quando você está fazendo esse tipo de filme e filmando Taylor durante um período tão longo, como você sabe quando está pronto? Qual foi o momento em que você percebeu que tinha o suficiente da história que queria contar?

Wilson: Minha intuição dizia que tinhamos que filmar o lançamento do álbum Lover. Acho que você sente que Taylor não está tão preocupada com o que as pessoas pensam do álbum. Foi mais como uma alegria para ela fazer e divulgar pelo mundo. Ela passou por esse período em que se afastou dos olhos do público, mas ela quer continuar entretendo as pessoas e fazendo música, e nada vai impedi-la disso. Adorei a ideia de terminar o filme com ela andando no palco e a ideia dessa bravura que ela tem desde os 12 anos, de sair para se apresentar. Eu queria terminar com ela voltando ao mundo novamente para enfrentar o público, mas você tem a sensação de que algo está um pouco diferente nela agora. Esse é a percepção que espero que o público tenha tido.

MTV News: Teve algo que ficou de fora do filme que você ficou particularmente chateada por ter que cortar?

Wilson: Havia muito mais composição e gravação em estúdio. É tão especial ver algo surgir apenas da semente de uma idéia – um fragmento de uma melodia ou uma letra digitada no celular dela – e depois poder ouvir como uma música finalizada. Essas são algumas das minhas partes favoritas no filme, mas infelizmente tivemos que deixar muita coisa de fora na hora da edição.

MTV News: Eu posso imaginar.. Você acha que essa filmagens serão usadas para alguma coisa um dia?

Wilson: Eu não sei. As pessoas têm me perguntado sobre e isso está me dando esperança de que talvez possamos lançar a versão de 40 minutos da Taylor escrevendo “Only the Young” como um filme independente ou algo assim.

MTV News: Sinceramente, eu assistiria. Muita gente assistiria!

Wilson: Eu também acho.

MTV News: Última pergunta: Quanto tempo levou para Meredith e Olivia se acostumarem com você?

Wilson: Acho que elas nem se acostumaram, pra ser sincera. Mão muito fofas e bastante amigáveis, estão sempre escondidas embaixo de algo e depois surgem do nada. Então fica aquela sensação de que há gatos por toda parte.

MTV News: Eu amei as cenas em que elas apareceram. Especialmente a mochila de gato.

Wilson: Lembro-me de assistir à cena do gato na mochila com um dos meus editores e fiquei tipo: “Isso é muito tempo? Estamos gastando muito tempo mostrando uma mochila de gatos?” Ele olhou para mim e disse: “Definitivamente não”. E ele estava absolutamente certo.

Entrevista publicada pela MTV News e traduzida pela equipe TSBR.





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