14 de agosto de 17 Autor: Taylor Swift Brasil
Como foi o dia do veredito no processo de Taylor contra seu assediador

Exatamente uma semana depois do inicio, o julgamento sobre o assédio sexual sofrido por Taylor em 2013 teve seu desfecho. Relatamos a primeira semana do processo aqui e, hoje, as atividades foram iniciadas com o juiz Martinez repassando com os advogados das duas partes as instruções que seriam dadas ao júri. A equipe de Taylor apresentou ressalvas quanto a alguns termos utilizados, no entanto, todas as 3 foram anuladas. O júri foi instruído a basear seu veredito em fatos e provas, não em preconceito, simpatia ou opiniões formadas. Não deveriam especular e as provas tinham poder de evidência e relembrou que o papel do júri era de julgar a credibilidade de cada testemunha, além de apontar que apenas o que foi apresentado no tribunal deveria ser levado em consideração.

Para que Mueller vencesse o processo, todos os seguintes itens precisavam ser provados:

1. Mueller tinha contrato com a Lincoln Financial, que concordou em dar a ele um emprego na KYGO
2. Os réus sabiam ou teriam razões para saber do contrato dele
3. Palavras ou acordos deles levaram ao término do contrato de Mueller
4. Réus interferiram de forma imprópria no contrato
5. Réus causaram danos ou males a David Mueller

Se não confirmarem todos os itens acima, então o veredito será a favor do réu (Taylor). Se confirmarem, então deve ser a favor de Mueller.
Certa conduta é considerada intencional se a pessoa falar/agir sabendo que suas palavras/ações certamente implicarão em certos resultados. Malícia e má-vontade não precisam fazer parte disso, mas podem, de acordo com o juiz Martinez. Para que Taylor vencesse o processo por assédio, ela teria que conseguir 3 ônus de prova relacionados a contato nocivo e apreensão.

O júri consistia de oito pessoas (seis mulheres e dois homens) e sua decisão precisava ser unânime.

Essas são as perguntas que o júri vai precisar responder depois da deliberação. Todas terão que ser respondidas com base na hegemonia das provas:

Frank Bell ou Andrea Swift interferiu intencionalmente no contrato de David Mueller com a Lincoln Financial? Se sim para ao menos um deles, que quantia Mueller tem direito de receber de indenização?
Você acha que David Mueller assediou Taylor Swift? (Sim ou não)
Você acha que David Mueller causou danos morais a Taylor Swift? (Sim ou não)
Se sim para ao menos uma das duas anteriores, você a concederia US$1 em indenização simbólica? (Sim ou não)

Então, cada advogado foi dado 50 minutos para seus argumentos finais. McFarland, advogado de Mueller foi quem começou. Ele baseou sua argumentação no fato de que Mueller não arriscaria seu emprego e nem assediaria uma das maiores estrelas da música. Ele colocou a foto do momento em evidência mais uma vez e argumentou que a saia não parecia estar levantada e a cara de Taylor não demonstraria que ela estaria sendo assediada. O advogado disse que as testemunhas da equipe de Taylor, a fotógrafa Stephanie Simbeck e o segurança Greg Dent, teriam mentido nas suas declarações.

Durante a argumentação de McFarland Taylor chorou e evitou olhar para o advogado, que insistiu na hipótese de que o guarda-costas não teria feito nada no momento do ato porque nada teria acontecido, deixando Taylor irritada com as acusações contra seu empregado. Tentou explicar, também, as provas destruídas. Para ele, nenhuma delas faria diferença no julgamento. Na opinião do advogado, as ações de Andrea e Frank Bell levaram diretamente a demissão de Mueller.

Após uma pausa de 20 minutos, foi a vez do advogado de Taylor, Doug Baldridge, se dirigir ao júri. Ele relembrou as palavras de Taylor durante o seu testemunho:

“Eu não vou deixar que você ou seu cliente me façam sentir que isso é de qualquer forma culpa minha”

Ele também falou sobre o “valor incomensurável” para as mulheres que o processo tinha, justificando a pedida simbólica de 1 dólar de indenização feita por Taylor. Baldridge enfatizou que a estação de rádio tinha o direito de investigar o seu funcionário e que durante os 4 anos que o processo e as acusações persistiram, Taylor nunca mudou de opinião quanto ao fato de que Mueller tinha sido quem apalpou a bunda dela durante o meet & greet. Colocou em questão, também, que a vítima do caso não era Mueller — que foi quem abriu o processo — mas sim, Taylor, que sofreu uma agressão. A credibilidade de Mueller foi colocada em cheque por Baldridge ao relembrar que ele destruiu evidências e apresentou justificativas inconsistentes para os acontecimentos.

Ele relembrou de passagens chave dos depoimentos de Greg Dent (que afirmou que o que aconteceu foi uma violação do corpo de Swift), Taylor(“Depois que isso aconteceu, foi como se uma luz tivesse se apagado completamente na minha personalidade.”) e sua mãe (“Eu queria vomitar e chorar ao mesmo tempo”). Foram mostradas outras fotos de Taylor no meet and greet com fãs mais novas e com casais adultos, apontando a diferença do posicionamento das mãos e como isso indicava que a cantora não teria como acusar a pessoa errada. Andrea Swift e Frank Bell levaram o caso até a emissora KYGO porque “sentiram que tinham a responsabilidade de não deixar isso acontecer com outra mulher”, mas que nunca exigiram que algum tipo de postura fosse tomada pelos chefes de Mueller. Enfatizou que a vontade de Taylor e sua equipe era de deixar o processo confidencial e que quem o tornou público foi o radialista.

Baldridge também voltou a foto do acontecimento e apontou que enquanto os olhos de Taylor diziam muito sobre o que acontecia, a expressão de Mueller era de que “esse é um homem que está muito orgulhoso, naquele momento, do que está fazendo”.

Sobre o valor incomensurável do processo, Baldridge esclareceu que “ele significa ‘não’ e ele diz a toda mulher que é ela quem vai determinar o que pode ser feito com o corpo dela”.

Como o advogado de Taylor extrapolou alguns minutos na construção de seus argumentos, ele teve sua réplica encurtada.

McFarland, o advogado de Mueller, retomou as fotos em sua réplica e tentou argumentar que Taylor “parecia feliz” em todos os exemplos, inclusive na com o seu agressor. Disse que as “falsa alegações” de Andrea Swift e Frank Bell levaram Mueller a perder o seu “emprego dos sonhos” e ainda fez a perigosa afirmação de que “a lei deveria desencorajar denúncias descuidadas de assédio sexual”.

Baldridge se manteve coeso em sua réplica. Relembrou que Mueller foi descuidado ao destruir provas, perdendo sua credibilidade perante ao júri e que ele foi demitido porque assediou uma mulher, e que era dever das pessoas naquele tribunal de pararem de vitimizar todos exceto a vítima.

Após a réplica do advogado de Taylor o tribunal entrou em recesso para o almoço. Assim que foi retomada a sessão, o júri apresentou uma dúvida quanto ao “sentimento de apreensão” antes do contato ou em qualquer momento durante o possível assédio. As duas partes não entraram em acordo sobre a resposta e o juiz decidiu não responder.

Após deliberarem por cerca de quatro horas, o júri chegou em um veredito. Concluíram que Frank Bell e Andrea Swift não haviam agido intencionalmente para interferir no emprego de Mueller na rádio KYGO. Por fim, concluíram que David Mueller era culpado na acusação de assédio contra Taylor Swift.

Taylor abraçou todos de sua equipe e deu um longo abraço em sua mãe que chorava muito.

Logo depois, uma declaração da parte de Taylor foi entregue à imprensa:

“Eu gostaria de agradecer ao juiz William J Martinez e o júri por sua sábia decisão, meus advogados Doug Baldridge, Danielle Foley, Jay Schaudies e Katie Wright por lutar por mim e todos que se sentem silenciados por um assédio sexual, e especialmente para todos que ofereceram apoio durante esse percurso que durou 4 anos com um processo que demorou dois anos para ser resolvido.

Eu compreendo o privilégio que recebi em toda a minha vida, na sociedade e na possibilidade que tenho de arcar com enormes custos de me defender em um julgamento desse tipo. Eu espero ajudar todas as vozes que também precisam ser ouvidas. Além disso, farei doações em um futuro próximo para diversas organizações que auxiliam as vítimas de assédio sexual a se defenderem”





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