Acabou que a Miss Americana estava com mais uma música sobre a América guardada. Taylor Swift não gravou apenas 18 músicas para o seu álbum “Lover”, uma 19ª, “Only the Young”, foi segurada e escondida para a ocasião certa. Ela encontrou o seu momento no “Miss Americana”, o documentário dirigido por Lana Wilson que irá estrear no Festival de Sundance no dia 23 de janeiro e será lançado para o público no cinema e na Netflix no dia 31 de janeiro.
Em uma entrevista para a capa da Variety desta semana, Swift descreveu a origem da canção. A composição aconteceu depois de um momento de desapontamento para a cantora após as eleições locais de 2018, quando ela se envolveu ao apoiar candidatos que estavam concorrendo ao senado e ao governo no seu estado de residência, o Tennessee, para vê-los perder apesar de se esforçarem ao máximo — e contarem com vários fãs que ela pediu para se cadastrarem a votar e que fizessem campanha.
“Escrevi após as eleições locais, quando tinham vários jovens que fizeram campanha para seus candidatos, sendo eles um senador, deputado ou deputada”, Swift conta à Variety. “Foi difícil ver muitas pessoas que sentiam que tinham pedido vários votos, feito de tudo e dado o máximo de si. Eu vi a esperança de muitos jovens se esvair. E eu achei que isso era particularmente trágico, porque os jovens são as pessoas que vão sofrer as piores consequências da violência por armas de fogo, dívidas estudantis e tentar descobrir como vão começar as suas vidas e como pagar o seu estudo, da mudança climática e será que vamos entrar em uma guerra — todas estas situações horrorosas em que nos encontramos agora”.
Não será novidade para ninguém que assistir o documentário o quão abatida ela ficou quando o candidato que Swift declarou que apoiava direitos das mulheres e da população gay, perdeu.
“Eu fiquei bem chateada por Tennessee ter ido na direção em que foi, obviamente. Então eu só queria escrever uma mísica sobre isso. Não sabia onde ia terminar. Mas achava que seria melhor que ela fosse lançada quando, talvez, pudesse botar um pouco de lenha na fogueira e engajar os jovens a terem o seu próprio ponto de vista, se afastar do seu grupo e não achar que precisam votar da mesma maneira que as pessoas da sua cidade estão votando”.
Swift é vista fazendo uma demo da música durante o filme, antes da versão totalmente produzida aparecer no final. “Com a maneira que o documentário acabou sendo direcionado politicamente, quando a Lana quis colocá-la no filme e usar como a música dos créditos finais, eu aceitei completamente. Como todo o resto!”, ela ri, assumindo de novo que as decisões do filme foram tomadas pela diretora.
Letras-chave da música: “Você fez tudo o que podia/O jogo estava armado, o juiz foi comprado/Os errados acham que estão certos/Estamos em minoria desta vez”. Mesmo que não seja especificamente sobre causas particulares ou problemas políticos, a faixa faz referência à forças que “estão muito ocupadas ajudando a si mesmas… precisamos fazer nós mesmos”.
A música foi co-escrita e co-produzida por Joel Little. Com o álbum “Lover”, ele parece ter se tornado o escolhido de Swift, propositalmente ou apenas por coincidência, para músicas com mensagens. As outras faixas nas quais eles trabalharam em tudo, ou quase tudo, se encaixam nessa categoria – “Miss Americana”, “The Man”, “You Need to Calm Down” e (se você considerar os hinos da auto-estima também como músicas), “ME!”. Agora,“ Only the Young” chega como uma adição inesperada a esse portfólio.
Disse Little: “Fizemos numa semana em Nova York; naquela semana, fizemos ‘The Man’ e ‘Me!’ e ‘Only the Young’ foram as últimas que fizemos. Foi nesse momento que eu comecei a tocar bateria, e ela disse: ‘oh, eu estava apenas brincando com alguns acordes que poderiam combinar com isso’, e então a música rapidamente saiu daí”.
Little acrescenta: “Liricamente, essa música tem tantos socos no estômago – linhas realmente importantes, eu penso. Quando a música estava se formando e estávamos percebendo o que estava dizendo, foi uma aura muito emocional. A energia na sala era realmente intensa. Saber como as coisas estão indo nos Estados Unidos ultimamente com todos esses tiroteios horríveis e tudo mais, o fato dela estar dizendo essas coisas tornou tudo ainda mais poderoso”.
Em termos de produção, ele diz: “Foi divertido. Há um coral de crianças, e essas são minhas duas filhas, resumido a uma à outra cantando harmonias com elas mesmas . Eu tive que fazer isso de uma maneira que elas não pudessem saber que estavam cantando em uma música da Taylor Swift, obviamente, porque há muito segredo envolvido com tudo isso. Então eu tive que cantar as partes na voz de uma criança e depois fazê-las cantar por cima. Na verdade, elas não sabem ainda que estará no documentário, por isso estou empolgado para elas ouvirem”. (Espero que não estejam lendo aqui primeiro).
A música será lançada como single? “Não vejo como um single”, diz Swift. “Eu apenas vejo isso como uma música que acompanha este filme. Não vejo isso como ‘vamos fazer um videoclipe e tentar ver como que isso se sai na rádio’. Acho que vou continuar lançando músicas de ‘Lover’, se eu puder”. Não, não – nós, em nome dos fãs, queremos saber se ela estará disponível para download ou streaming, além de colocar no documentário? “Oh, sim, sim, sim, sim. Você pode ouvir se quiser”, ela ri.
Matéria publicada pela Variety e traduzida pela equipe TSBR.
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