Aqueles que criticam Taylor Swift geralmente focam na sua vibe temática adolescente. Ela tira proveito de seus romances fracassados por meio de músicas cativantes, esquemas de rimas simples e uma variedade de tramas baseadas em vingança e autorrealização, semelhantes a uma crise anterior aos 25 anos (a qual ela deve ter passado há muito tempo). No entanto, Taylor Swift é realmente uma compositora melhor do que ela deixa transparecer? Há alguma prova de que sua compreensão sobre o idioma inglês – e estratégias retóricas – vai além do “she wears short shirts, I wear t-shirts”? (trecho de You Belong With Me)
Quando analisamos a ascensão de Taylor Swift ao estrelato, você deve levar em conta o fato de que ela era bem nova quando começou a crescer; assim, alguns de seus primeiros sucessos são de natureza adolescente (direcionados a jovens adolescentes), enquanto ela mesma está inserida nessa parcela de pessoas.
De “You Belong With Me” até “Shake It Off”, “Love Story” e “Fifteen” várias “Taylors” pintam essa narrativa – usando as bem conhecidas alusões a Romeu e Julieta ou representações estereotipadas de panelinhas do ensino médio – sem ilustrar a profundidade emocional inerente à experiência de forma exploratória ou pensativa. No entanto, esse costuma ser o caso dos grandes sucessos da artista – uma indicação de que Swift conhece seu público. Porém, suas outras faixas que não foram singles – e seu trabalho fora da carreira pop – destacam sua capacidade de explorar um estilo diferente. Ela pode oferecer uma abordagem linguística diferente – até às vezes provando uma compreensão do lirismo mais clássico.
Vamos dar uma olhada em “Clean”
A música de Taylor Swift, “Clean”, é de seu álbum 1989 e mergulha no que significa a morte de um amor – um relacionamento desmoronando… não com um estrondo, mas com um sussurro. O amor dele “permanece todo nela como um vestido manchado de vinho que ela não pode mais usar” e apesar dela se sentir como se tivesse se afogando quando chega perto de um fim, o fim é o que permite ela respirar – para entrar novamente em um mundo melhor.
Ela está brava mas “limpa”: limpa da dor, limpa da luta, limpa do momento duradouro da sua vida. Ela compara esse fim a um final de dependência de drogas, fazendo uma analogia clara, sem nunca ir muito longe, para evitar uma representação banal.
Taylor Swift uma vez explicou que essa música é sobre “estar saindo de um relacionamento, ou tentando se afastar de alguma luta que você teve na sua vida, e se sentindo meio manchado por isso”, como está escrito no SongFacts. A música é pesada, mas não exagerada ou melodramática; é real sem ser afrontosa ou lamentável. É madura.
“The Moment I Knew:” Quando a transparência encontra as entrelinhas
Ao contrário de “Clean”, “The Moment I Knew” é um pouco mais na superfície, mais transparente, mas transparência não necessariamente significa fraca. Transparência, quando combinada com uma forte e emocional mensagem subentendida, é bem poderosa. Swift equilibra muito bem os dois nessa música: entrelinhas e transparência.
A história é bem por aí: seu namorado não comparece a sua festa de aniversário, porém, em cada frase de “The Moment I Knew,” você sente a dor de todo aniversário perdido, todo aniversário esquecido, todo feriado que ele aparecia sem um presente… todo momento que acontecia antes do “momento que ela sabia”; está tudo lá, mas não precisa ser dito. Essa história é suficiente para contar todas as outras.
Como em “Clean”, “The Moment I Knew” não é um dos seus maiores hits, porém os números revelam a competência fora de sua capacidade de escrever uma música chiclete com uma mensagem relacionável.
O Filme Cats pode ter sido um desastre, mas “Beautiful Ghosts” não foi.
Cats pode ter sido um fiasco, mas a música que Swift escreveu para o musical não foi. “Beautiful Ghosts” – desde a letra até a melodia – é assombrada nesse conto. Bonita na profundidade da escuridão, Swift entra para relacionar a letra com a narrativa do musical existente. A personagem em questão não tem a lembrança de algo melhor – tendo visões de “salas deslumbrantes” nas quais ela nunca será permitida entrar; ela observa pelos cantos.
Da escuridão das fendas que catalisam o desespero, ela olha para o mundo, desejando ser desejada… sem nada a se apegar. E enquanto outros podem não ter mais o que tinham antes – podem ter abandonado o orgulho que uma vez caracterizou sua rejeição (ou deveríamos dizer, rastejar?), eles pelo menos tem os belos fantasmas… eles permanecem. Swift aproveita o estilo clássico de escrever para as outras canções de Cats, que foram escritas há muito tempo e para o palco da Broadway. Uma apresentação pop não teria funcionado. Ela transita rapidamente de sua zona de segurança para um meio diferente e se destaca.
Matéria publicada pelo CheatSheet e traduzida pela Equipe TSBR.
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