Desde que os masters de Taylor foram vendidos (de novo), aqui está o que podemos esperar nos próximos capítulos.
Enquanto Taylor Swift anuncia a novidade que a empresa Ithaca Holdings de Scooter Braun teve o dobro do seu investimento vendendo seu catálogo de músicas por $300 milhões de dólares pra a Shamrock Capital, a estratégia da superstar para tentar manter controle de seus masters ainda não mudou: se ela não pode ter, ela vai fazer uma cópia deles. Desde Junho de 2019, Taylor vem dizendo que ela vai regravar seus seis primeiros álbuns, que foram lançados entre 2006 e 2016 pela Big Machine Label Group, e parece que o processo já está em andamento. “Mal posso esperar para vocês ouvirem o que eu tenho sonhado com isso”, ela disse aos seus fãs em uma longa nota no Twitter.
Por regravar e relançar esses álbuns, a intenção de Taylor é diminuir o investimento da Shamrock (e da Ithaca antes disso) e reduzir o valor dos masters antigos, enquanto ela cria mais valor para ela mesma. O jeito mais simples de fazer isso é negar o uso dessas gravações antigas e apenas aprovar os usos das novas gravações quando essas estiverem prontas. Taylor pode fazer isso porque ela controla suas divulgações, por meio da Universal Music Group, e tem o direito de veto de qualquer (e muito lucrativo) uso em filmes, séries, comeciais e video-games. Ela poderia evitar até mesmo o uso de seus masters em novos serviços de streaming como Twitch, que atualmente não tem acordos de contratos de licenças e tem que tirar do ar qualquer conteúdo que o dono dos direitos reivindicarem, ou a próxima geração de plataformas como Peloton ou TikTok, que requerem acordos de licenças também.
Pelo seu contrato original com a Big Machine, Taylor pode regravar todos seus álbuns antigos neste mês. Prometendo “muitas surpresas nas lojas,” Taylor diz que começou o processo de regravar recentemente. Mas, assumindo que ela continue por esse caminho, o que nós podemos esperar? Sem esquecer que a cantora superstar de 30 anos não vai mais soar como a faminta e empática adolescente quando ela cantou pela primeira vez “Fifteen” (Apesar de que a Taylor Swift de hoje pode fazer um trabalho melhor ainda de atriz, como na 1989 era). Como ela vai conduzir os ouvintes a consumirem as novas versões de suas músicas quando clássicos como Blank Space em 2014 bateram 2.7 bilhões de visualizações e mais de 436 milhões de streams no Spotify? Enquanto seus fãs apaixonados se comprometeram a apoiá-la nesse assunto (“Nós vamos deletar todas suas músicas antigas de nossas playlists e aplicativos e apenas vamos ouvir as músicas que Taylor possui”, um fã tweetou no começo do mês), a resposta, como sempre, vem pelo dinheiro.
Taylor irá precisar de sua poderosa gravadora, Universal Music Group, que pertence a Republic Records, para que eles agressivamente coloquem suas novas gravações no mercado por meio de publicidade, redes sociais e otimizações do sistema de busca. Quando um usuário do Spotify, ou até mesmo um dos curadores do Spotify, adiciona um hit de Taylor a uma playlist, ela vai preferir que eles usem a nova gravação, e não a antiga que pertence a Shamrock; quando um fã de música pesquisa no google por “Fearless,” , ela vai querer que o novo resultado apareça em primeiro lugar, e não o original de 12 anos atrás; quando alguém perguntar a Alexa para tocar “Speak Now”, ela vai querer que a nova versão toque, e não a original de 2010.
As pessoas que trabalham na Republic estão preparadas para fazer essas coisas. Mas há uma complicação. Uma divisão diferente da Universal continua a distribuir as gravações da Big Machine, mesmo por baixo da nova propriedade da Shamrock, e isso inclui o novo catálogo de Taylor. Isso cria competição dentro da própria companhia: um lado trabalhando potencialmente para garantir que o “Speak Now” de 2010 seja escolhido pela Alexa e outro tentando garantir a nova gravação. Quem irá ganhar? A resposta rápida: Universal. A gravadora irá continuar a lucrar com absolutamente tudo envolvendo Taylor Swift, incluindo suas divulgações. A resposta é que o CEO da Republic, Monte Lipman, e seu chefe, o CEO da Universal Music Group, Lucian Grainge, estão mais adeptos a ir na direção que seus grandes artistas querem fazer.
Ainda assim, se tudo isso acontecer, o resultado será… confuso. Artistas incluindo Def Leppard, Squeeze, Blue Oyster Cult e JoJo já regravaram suas músicas originais, e enquanto parte do novo material da Jojo resultou em grandes números de streaming, nenhum desses outros foram grandes hits. Ainda, nenhum desses atos são das maiores estrelas do mundo do pop, e eles nunca chegaram perto da capacidade de Taylor de fazer vendas, streams e atenção.
Os novos donos dos masters de Taylor não parecem perturbados com a meta da artista em lançar seu novo material que eles não possuem. Eles sabem que ela despreza o cara que ainda tem certa ligação com eles: Braun, que coordenada Justin Bieber e Ariana Grande e que representou seu inimigo, Kanye West. A compania de Brown comprou a primeira gravadora de Taylor, Big Machine, em junho do ano passado e passou a ter direito dessas gravações. Essa semana, Braum vendeu para Shamrock, que ofereceu uma parceria a Taylor. Porém, “devido ao fato dos termos do contrato especificarem que o Scooter continuará a lucrar com meu catálogo musical por muitos anos,” a ideia foi descartada, ela tweetou.
“Ao mesmo tempo que esperávamos uma parceria formal,” Shamrock disse em declaração, “também sabíamos que isso seria uma possibilidade a ser considerada.”
No fim das contas, Shamrock está apostando que o antigo catálogo da Taylor terá mais valor do que qualquer regravação. Eles podem estar certos. Não importa o quão formidável a Taylor Swift de 2020 e sua equipe sejam, não importa o quão correta seja sua causa, não importa o quão carinhosamente e com autenticidade ela recrie suas músicas no estúdio, será difícil de bater o poder de clicar na versão original de “You Belong With Me” da Taylor Swift de 2008. Porém, se Taylor consegue causar uma dor de cabeça grande o suficiente ou levar à desvalorização de suas gravações antigas de forma expressiva, ela pode conseguir se colocar em uma posição mais favorável a fechar o acordo nos seus termos.
Matéria publicada pela Billboard e traduzida pela Equipe TSBR.
Erro: nenhum feed encontrado.
Vá para a página de configurações do Instagram Feed para criar um feed.