31 de outubro de 14 Autor: Taylor Swift Brasil
“Tudo o que conectar”: Uma conversa com Taylor Swift

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Em uma das entrevistas que Taylor deu após o lançamento de seu álbum, “1989”, ela fala sobre a sua relação com seus fãs e como eles tiveram uma importante participação em todo o processo de lançamento. Ela também fala sobre como vê o mercado da música nos dias de hoje, principalmente quando as suas vendas de álbuns são imensamente superiores a dos demais artistas.

Taylor Swift teve uma semana incrível. Seu novo álbum, lançado nesta segunda, está a caminho de superar a marca de um milhão de vendas até a terça-feira. O último artista a conseguir o certificado de platina em uma semana foi a própria Swift, com seu álbum de 2012, Red. Então na hora que ela chegou ao escritório de Nova York da NPR, ela ganhou o direito de fazer piadas — nesse caso, aparecendo com a sua fantasia de Halloween, um macacão inteiramente branco com asas que ela descreveu como um hibrido de unicórnio-pegaso.

O novo álbum é chamado 1989. O ano que Swift nasceu, o que significa que ela está quase completando 25 anos, ela já passou quase metade de sua vida na indústria da música. Em uma conversa honesta com a Melissa Block da NPR, ela respondeu como as coisas mudaram desde que ela começou sua carreira há uma década — não somente para ela, mas também para as adolescentes que sempre foram a sua prioridade demográfica — também como ela reagiu ao efeito da era digital na mídia, música e feminismo.

Eu convoquei uma especialista para me dar conselhos nesta entrevista: minha filha de 12 anos. E eu quero começar com uma pergunta dela. “Em seu sucesso, Shake It Off, por que você dedica a música a quem te odeia e não para quem te motiva?”

Isso é incrível. Com Shake It Off eu realmente quis suspender a narrativa e ter um pouco mais de senso de humor sobre as pessoas que me irritam — e não deixar com que eles me irritem. Tem uma música que eu escrevi há alguns anos, chamada “Mean”, que eu falei do mesmo problema, mas eu tratei de uma maneira diferente. Eu dizia, “por que você é tão mau?”, de uma perspectiva vitimizadora, que é como todos nós lidamos com o bullying ou fofocas quando acontece conosco pela primeira vez. Mas nos últimos anos eu melhorei no aspecto de somente rir das coisas que não tem importancia nenhuma na minha vida. Eu acho que é importante ser autoconsciente sobre o que as pessoas dizem de você, mas ainda mais, ser muito consciente de quem você é, e ter isso como sua prioridade.

Tenho uma pergunta sobre a mesma música, de uma menina da 7ª série. Ela está falando da letra e ela diz: Isso parece muito com o ensino fundamental. Você tem alguma coisa para dizer para uma menina do ensino fundamental que a ajude a “Shake it Off”?

Ela está certa. Quando eu estava na escola, eu tinha esta fantasia — e eu achava que era assim que a vida funcionava —  que quando nós estamos na escola, temos que lidar com o bullying e crianças te ofendendo sem motivo algum, ou que te fazem sentir que você não merece o que você quer, que você não é o que você deveria ser. E eu pensava que quando eu crescesse, e não estivesse mais na escola, quando você estivesse no mundo dos adultos, não seria mais assim, que as pessoas não atacam as outras sem motivos ou tentam acabar com a vida das outras. E eu percebi quando cresci que é a mesma coisa. É a mesma dinâmica, exceto que você não está trocando de salas de aula.

É interessante como você tem que aprender a lidar com isso em um ponto ou outro da vida, porque as pessoas não superam estes impulsos de incomodarem os outros. Alguns de nós superamos, alguns de nós percebem que isso é o que você faz quando é inseguro, você tenta descontar em outra pessoa. Mas algumas pessoas sempre vão fazer isso com os outros. O que eu tento encorajar as meninas que estão na escola a fazerem é que tentem encontrar uma maneira de te distrair desta negatividade. Descubra uma forma de arte que você ama criar, ou seu hobby favorito. Alguma coisa que você possa gastar energia. E perceba que você terá que aprender a viver com isso em alguma hora — mas que isso nunca vai acabar.

Esse álbum tem um som diferente. Você deixou o country para trás, este é um álbum com bastante produção pop. Mas você também diz para os seus fãs na dedicatória que “esta é uma história diferente das que eu já contei”. Não sei se eu estou escutando isso — então o que você acha que é a história destas músicas?

No passado, eu escrevia principalmente sobre decepções ou dor que era causada por outra pessoa e sentida por mim. Nesse álbum, estou escrevendo sobre relacionamentos mais complexos, no qual a culpa é dividida igualmente entre as duas partes. Escrevo sobre olhar para um relacionamento no passado e sentir orgulho dele mesmo que não tenha funcionado, lembrando de algo que acabou mas você ainda se sente bem sobre, se apaixonar por uma cidade, se apaixonar por um sentimento e não por uma pessoa. Eu acho que tem um realismo na minha abordagem sobre relacionamentos, que é mais fatalístico do que qualquer coisa que eu pensava sobre eles. Eu pensava que, sabe, você encontra uma pessoa especial e tem o felizes para sempre e nunca há dificuldades depois disso. Você tem algumas experiências com o amor e relacionamentos e aí você aprende que isso não acontece. Muitas coisas são indefinidas e situações complicadas, e mesmo se você encontrar a situação certa em um relacionamento, sempre será uma batalha diária para fazer com que funcione. Então estes são temas diferente que eu não sei se as pessoas já viram nas minhas letras antes.

Wildest Dreams é um exemplo disto?

É um ótimo exemplo da maneira com que eu abordo relacionamentos agora. Se eu conheço alguém com quem tenho uma conexão, a primeira coisa que penso é: “Quando isto acabar, espero que acabe bem. Espero que você tenha boas lembranças de mim”. O que não é nada perto da maneira que eu abordava os relacionamentos. É essa conclusão que é uma anomalia se algo funciona, nunca é algo dado.

Existem novas influências musicais? Alguns críticos mencionaram a influência da Lorde, Lana Del Rey ou talvez da Robyn em algumas músicas. O que você escuta?

Escute Peter Gabriel e escute Annie Lennox. São os dois artistas que eu escutava muito quando eu fazia este álbum. O que a Annie faz é muito interessante para mim, e não é algo que eu poderia tentar duplicar. Mas a maneira com que ela transmite um pensamento, existe algo muito intenso sobre isso. E acho que é isso que eu sempre tentarei fazer.

E o Peter Gabriel?

O Peter é um artista com um gosto muito incrível e uma percepção incrível do que as pessoas gostaria, musicalmente. O que ele fazia nos anos 80 estava na frente de seu tempo, porque ele brincava com vários sons sintéticos no pop, mas criava uma atmosfera por trás do que ele cantava, ao invés de uma música produzida. É incrível a maneira com que ele fazia isso. E quando você vê os trabalhos posteriores dele, ele fez um álbum cheio de covers modernos. Eu acho que ele é notável em dar às pessoas o que ela querem, mas que não sabiam que queriam.

Quero te perguntar sobre Out of The Woods. Tem uma frase intrigante sobre alguém “pisando nos freios cedo demais, 20 pontos num quarto de hospital”. O que é isso?

Essa frase existe não só porque é a narração verdadeira e literal do que aconteceu em um relacionamento em particular meu, é também uma metáfora. Pisar nos freios muito cedo pode ter um sentido literal de que nos metemos em um acidente e tivemos que lidar com as consequências. Mas também que o relacionamento terminou antes do que deveria porque envolvia muito medo. E essa música aborda um grande sentimento de ansiedade que estava meio que amaldiçoando aquele relacionamento em particular, porque nós realmente sentimos o peso de todas as pessoas da imprensa pensando que eles podiam contar uma história sobre o que estávamos passando, debater e especular. Não acho que será fácil para que eu encontre o amor e bloqueie todas as vozes gritantes.

Sem ignorar a metáfora maior, mas estou curiosa sobre o evento. O que aconteceu?

Aposto que você está. Isso é algo entre nós dois, entre as duas pessoas que participaram. Acho que eu coloquei na música sabendo que era uma letra sugestiva. E é meio como essa pista bem sútil e estranha para a imprensa que eles não sabem de tudo que aconteceu naquele relacionamento, que eles não sabem de tudo que acontece na minha vida, e que eu posso ter algo grande e traumático acontecendo comigo e eles não sabem disso.

Como são esses momentos? Quando você sente que pode fazer algo sozinha e que ninguém vai ficar sabendo se você não quiser.

É estranho porque minha vida agora é bem anormal. Eu me acostumei com o fato de que, quando eu saio, terá uma fila de pessoas querendo fotos com seus celulares, e que terá multidões em todos os lugares, mesmo que não tinham multidões quando eu entrei em alguma loja. Eu sei que a única privacidade que eu tenho direito é quando estou no meu apartamento ou na minha casa, porque todo o resto é meio que — me veem como uma propriedade pública. Não tem nada que eu possa fazer sobre essa percepção, exceto controlar a minha perspectiva mental sobre isso, que é a de tratar bem as pessoas. Eu preciso agradecer. Eu preciso tirar fotos com as pessoas quando elas pedem. Se eu não estou afim de fazer isso, não saio de casa.

Você também se faz, de uma maneira, bem acessível nas mídias sociais, certo? Você tem postado Polaroids de seus fãs segurando seu novo álbum em seu Twitter. E você escolheu fãs para visitarem suas diversas casas para festas para ouvir o álbum — e assou cookies para eles? Você tem esta maneira engraçada de reunir as pessoas de uma maneira controlada, de uma maneira calculada, e aí tem que decidir qual é o limite.

Bem, sim. Eu gosto de que eles estejam em situações que possam ser autênticos. Lugares que eles não podem ser quem são, é quando eles estão sendo empurrados em um bloqueio e tem milhares deles do lado de fora de uma entrevista, e eles tentam conseguir uma foto mas estão gritando e todo mundo está enlouquecendo. Eles não podem ser eles mesmo quando estão nestas situações caóticas que os fãs se encontram.

Eu fiz esse negócio chamado as 1989 Secret Sessions há alguns meses, bem antes que o álbum fosse lançado. Passei meses escolhendo fãs no Instagram, Tumblr, Twitter —  pessoas que me apoiaram muito e tentaram me conhecer, tinham ido a cinco shows e vários eventos mas nunca tinham me conhecido. E eu escolhi essas pessoas. E em todas as minhas casas nos EUA e no meu quarto de hotel em Londres, eu convidei 89 pessoas para a minha sala de estar, toquei o álbum inteiro para eles, contei as histórias por trás dele. E eu dizia, vocês podem compartilhar a experiência mas por favor deixem em segredo os segredos deste álbum. Não falem das letras antes do lançamento. Não falem dos títulos das músicas. E se você ver alguém vazando músicas, nos contem.

Nós passamos quatro horas juntos todas as noites, tirando Polaroids e se divertindo, e dando a eles a chance de me contaram sobre as suas histórias que eles queriam me contar. Sem pressa. Sem pânico. E eles voltavam para o mundo, e mantiveram as promessas. Não falaram sobre as letras. Não estragaram o segredo para os outros fãs. Dois dias antes do lançamento do álbum, ele vazou na internet e foi a primeira vez que um álbum meu vazou sem que virasse trending topic no Twitter — porque meus fãs o protegeram. Sempre que viam uma postagem ilegal, eles comentavam: Por que você está fazendo isso? Por que você não respeita o valor da arte? Não faça isso. Não acreditamos nisso. Isso é ilegal. Não é justo. Não está certo”. E foi incrível ver isso acontecer.

O que você acha que outros artistas podem pegar disso? Você está tendo um sucesso enorme com este álbum numa época que vários artistas não conseguem vender álbuns da mesma maneira que vendiam.

Eu acredito no álbum. Desde que você começa a fazer um até quando ele é terminado, eu foco para que ele tenha uma temática visual e um DNA emocional — inclusive no pacote fisico. Tem que haver um incentivo para ir a uma loja e comprar um CD. O que as pessoas que projetam a ruína da indústria da música não pensam sobre é que ainda existe uma enorme porcentagem do país que levam os seus filhos para a escola todos os dias e tocam um CD e o escutam com seus filhos — tem um CD no tocador de discos de seu carro. Eu entendo que a indústria está mudando e muitas pessoas estão optando pelo streaming. No entanto, existem muitas pessoas que não estão, que é o que este lançamento reflete. Então, com o CD fisico, nós fizemos um exclusivo na Target que tem 3 músicas a mais. Tem três gravações de voz do meu celular que foram as ideias iniciais que eu tive. Nós colocamos elas no álbum para que as pessoas possam ter uma ideia do processo de composição. Eu tenho cinco grupos de 13 Polaroids da sessão de fotos do álbum que estão em um envelope no CD, e dependendo do álbum que comprarem, terão um grupo diferente de Polaroids com as letras escritas na parte debaixo. É uma grande experiência que é diferente de baixar a música sozinha. É meio que uma edição de colecionador, a versão fisica.

Posso imaginar outros cantores escutando isso e dizendo: “Sabe, isso é ótimo para a Taylor Swift. Ela tem os recursos para fazer tudo isso. É um marketing maravilhoso, mas não é arte — e o resto de nós estamos em um nível diferente. Não podemos competir com isso”.

Penso que com a maneira que a indústria da música está mudando, tão depressa, nós podemos aprender algo com um grande lançamento, qualquer coisa que conecte as pessoas. No final das contas, é um cenário de caso a caso. Se outros artistas tentarem ter a mesma campanha de marketing, tentem fazer sessões secretas em suas salas de estar, é ótimo — se isso os conectar com seus fãs. Se não os conectar com seus fãs, não irá funcionar para ele. Penso que o que precisamos passar a fazer é planejar nossos planos de lançamentos de acordo com nossas carreiras, para os nossos fãs e entrar em sintonia com eles. Eu tenho estado na internet durante horas todas as noites tentando descobrir o que essas pessoas querem de mim. E quando chegou a hora de lançar um álbum, eu sabia exatamente o que fazer.

Vamos pensar em quando seu primeiro álbum foi lançado, quando você tinha 16 anos. Você tinha se mudado para Nashville com seus pais para tentar realizar seus sonhos. Você estava escrevendo músicas que eram super pessoais sobre amor jovem e seu coração partido. Você consegue voltar a estas músicas hoje? Digo, tem alguma maneira que você pode se identificar aquela menina de 16 anos — ou até mais nova, quando você escreveu elas?

Escrevi meu primeiro álbum quando eu tinha 14 e 15 anos, então agora já são 10 anos fazendo álbuns. A fórmula nunca mudou, no que eu tento fazer um álbum que melhor representar os últimos dois anos da minha vida. As pessoas, essencialmente, tem lido o meu diário pelos últimos 10 anos. Ainda escrevo músicas pessoais, e alguma vezes as pessoas gostam de colocar uma conotação muito irritante e negativa nisso —  como se eu estivesse exagerando, se fosse muita informação — quando essa é a maneira que eu tenho vivido a minha vida e gerenciado a minha carreira o tempo todo. Penso que é muito importante que eu continue a dar para as pessoas uma ideia de como a minha vida é, mesmo que isso tenha um preço maior agora.

Se fosse fosse cantar uma das suas músicas mais antigas, como Tim McGraw, atualmente, você conseguiria se conectar? Você poderia voltar a ser aquela menina que escreveu essa música como uma adolescente?

Sim e não. Quando eu faço um show, existem algumas músicas que os fãs realmente querem ouvir, então eu sempre cantarei estas músicas. Tem uma música chamada Love Story, que eu escrevi quando eu tinha 17 anos. Eu tocarei essa música sempre que tiver um show. E eu consigo voltar e me conectar esta música — pelas histórias que eu ouvi de fãs dizendo: “Nos casamos com esta música”, ou o quão especial ela foi quando foi o nosso primeiro hit mundial. Mas Tim McGraw, essa música eu não me conecto mais tanto. Eu me conecto na forma de nostalgia, mas era uma música sobre o primeiro amor. Estou em uma fase muito diferente da minha vida agora, e você só pode esperar crescer tanto emocionalmente que você não pode mais se conectar com as ideias sobre amor de uma menina otimista aos 15 anos.

Tenho pensado sobre essa música —  escutava ela hoje — porque me parece que Wildest Dreams é, de diversas maneiras, uma versão 10 anos mais velha de Tim McGraw, na maneira que conta a alguém “olhe para o passado e me lembre desta maneira”. Naquela música é um vestido preto e na nova música acho que é um vestido chique.

Absolutamente. Não tinha pensado sobre isso. A única diferença é que Tim McGraw eu escrevi sobre um relacionamento que já tinha acabado e eu esperava que ele iria me lembrar de uma forma legal. Wildest Dreams é sobre um relacionamento que está só começando e já está prevendo o seu final.

Como eu disse, sou a mãe de uma menina de 12 anos e ela ama as suas músicas. Seus amigos amam as suas músicas. Você tem uma enorme plataforma entre uma parte da população que é muito vulnerável e fácil de impressionar. Imagino se você já pensou em mudar o seu foco, tirar ele das páginas de um diário e enviar uma mensagem mais geral para meninas que seriam bem receptivas para ouvir sobre grandes ideias e o grande mundo afora.

Quais tipos de mensagens?

Bem, outros personagens. Eu não quero minimizar o efeito de uma música de amor ou uma música pop. Mas você já pensou em escrever sobre outras experiências, coisas que tirem o foco das meninas de uma forma diferente?

Não tem nada que tire o foco das meninas quando elas tem 12 anos. Acho que é importante que eu fale em entrevistas sobre coisas que sou apaixonada. Tenho falado de feminismo em todas as entrevistas que eu faço porque eu acho que é importante que uma menina que tenha 12 anos entenda o que significa e saiba o que é se rotular como uma feminista, saiba como é ser uma mulher na sociedade atual, no ambiente de trabalho, na mídia ou a percepção. O que você deveria aceitar dos homens, o que não deveria e como formar um opinião disto. Penso que a melhor coisa que eu posso fazer para elas é continuar a escrever músicas que as façam pensar sobre si mesmas e analisar como ela se sentem sobre algumas coisas e então simplificar como se sentem. Porque, nessa idade — em qualquer idade na verdade, mas principalmente nesta — o que pode ser esgotante é que você está sentindo muitas coisas ao mesmo tempo e é dificil de entender o que essas emoções são, e isso pode virar ansiedade muito rápido.

Estamos lidando com uma grande crise de autoestima. Estas meninas podem navegar pelas fotos dos melhores momentos das vidas dos outros e elas estão presas aos bastidores das suas próprias vidas. Ela acordam e olham para o reflexo no espelho e então comparam com uma foto com filtro e linda de outra menina que é muito popular e parece que tem tudo o que precisa. Isso não é o que nós duas tivemos que lidar quando tinhamos 12 anos. É muito fácil e acessível comparar você com os outros e sentir que você está perdendo.

Tenho 24 anos. Ainda não sinto que é uma prioridade minha ser bacana, diferente ou sexy. Quando meninas sentem que elas não se encaixam nestas três categorias, que são irritantemente empurradas para elas pela imprensa, penso que a melhor coisa que eu posso fazer por essas meninas é deixar que elas saibam como a vida é. Amo a minha vida. Nunca me senti diferente, bacana ou sexy. Nenhuma vez. E não é importante que elas sejam essas coisas. É importante que elas sejam imaginativas, inteligentes, que trabalhem duro, sejam fortes, espertas, pensem rápido e adoráveis. Todas as coisas que acho que foram para o fundo da lista de prioridades. Penso que existem temas mais importantes que posso explicá-las, e acho que estou tentando com todas as minhas forças fazer isso.

Estou surpresa em ouvir que você nunca se sentiu bacana, diferente ou sexy. Digo, você passa muito tempo em tapetes vermelhos. Estas três palavras não se encaixam em como você se vê?

Não mesmo. Digo, voltando a idade de sua filha, penso muito sobre como nossa autoestima e nossa imagem pessoal se concretiza neste anos de formação. E esse não era um período da minha vida em que eu me sentia aceita ou convidada ou como se eu pertencesse. Então eu decidi que eu não priorizo mais sentir essas coisas.

Você mencionou antes que tenta falar sobre feminismo. O que o feminismo significa para você?

Pela minha definição básica, significa querer direitos iguais e oportunidades para homens e mulheres.

E como isso acontece no mundo da música do qual você faz parte? Você sente que isso não é mais um problema para você?

É um problema sempre que eu leio uma manchete que diz “cuidado, caras. Ela irá escrever uma música sobre vocês”. Enquanto isso, tenho melhores amigos que são músicos homens e compositores, que escrevem músicas sobre suas ex-namoradas e namoradas e esta piada nunca é feita com eles. Uma mulher sob o olhar do público, temos nossos relacionamentos controlados de maneiras que não são para os homens. E se homens tem vários relacionamentos que são controladores, é algo malicioso e engraçado. “Oh, ele está saindo com outra garota”, é meio que feito com uma piscadela ou um sorriso e para nós, deve ser algo vergonhoso se temos relacionamentos que não funcionaram. Quando abro uma revista e vejo: “Quem é a mamãe mais gostosa: J-Lo ou Beyoncé?” você não vê: “Quem é o papai mais gostoso: Matt Damon ou Ben Affleck?” não acontece. E se continuarmos com essa percepção que mulheres devem ser comparadas a outras mulheres e que existe uma vencedora e uma perdedora, estamos nos fazendo um grande disserviço como sociedade.

Taylor Swift muito obrigada por falar conosco. Eu agradeço.

Obrigada! Foi legal falar com você tambem. Dê um “Oi” para a sua filha por mim.

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