Jason Lipshutz escreveu um artigo para a Billboard que compara o sucesso dos filmes da Marvel Studios com os álbuns platinados de Taylor Swift. Nós do Taylor Swift Brasil o traduzimos especialmente para você! Confira:

O que Marvel e Taylor têm em comum? Impulsionar suas indústrias e convencer fãs a ir pela “experiência completa”.

Em 28 de outubro, um dia depois de Taylor Swift lançar seu álbum “1989”, Marvel revelou uma nova série de filmes que vão carregar o estúdio da Disney até maio de 2019, durante um evento para fãs no cinema El Capitan em Hollywood. Com 11 filmes programados pelos próximos cinco anos – incluindo três novos filmes dos Vingadores, assim como novas continuações de Thor e Guardiões da Galáxia – a programação de filmes da Marvel é inédita em sua ambição… e a não ser que alguma fadiga repentina de super-heróis se espalhe pelo planeta, cada um desses projetos será um blockbuster. Afinal, a Marvel só trabalha com lançamentos que são grandes demais para falhar: os dois lançamentos do estúdio em 2014, Guardiões da Galáxia e Capitão América: O Soldado Invernal, são também os dois filmes de maior lucro nos Estados Unidos de acordo com o Box Office Mojo, enquanto o Avengers Original e Iron Man 3 também estiveram entre os filmes de maior lucro em seus respectivos anos de lançamento.

Taylor Swift apenas produz sucessos também, e assim como filmes da Marvel, ela é uma anomalia em um meio em crise. Guardiões foi o maior hit do verão passado, mas a indústria de filmes sofreu seu pior verão de vendas de ingressos desde 1997; isso pode ter sido apenas um sintoma da falta de lançamentos de filmes de orçamento alto, mas um olhar mais de perto mostra que a venda doméstica de ingressos vem diminuindo desde 2002, enquanto preços de ingressos aumentados têm sustentado o lucro da indústria levemente estável.

A indústria sabe tudo sobre vendas decrescentes: semana passada, vendas de álbum estavam inferiores em 13.6% de 2013 a 2014, enquanto vendas digitais também diminuiram 12.9% esse ano depois de só terem aumentado desde 2004. Esses números foram liberados antes do lançamento de 1989 de Taylor Swift vender 1.287 milhão de cópias de uma só vez, sendo o primeiro álbum a vender mais de um milhão de cópias desde… Red, também de Swift, em 2012. A performance do álbum pôde ser vista como um brilho de esperança para a indústria musical, ou a inconsistência de apenas um artista no meio de uma espiral decrescente. Marvel também é capaz de criar um efeito panaceia dentro da indústria cinematográfica – Avengers: Era de Ultron deve ajudar nas vendas de ingressos do verão a se recuperar quando for lançado no próximo maio, mesmo que as vendas gerais em 2015 continuem a encolher.

Os triunfos de Taylor Swift e Marvel não são apenas instâncias de grandes marcas tendo sucesso em indústrias de entretenimento incertas. Melhor, essas são alguns dos últimos suspiros de uma monocultura que as forças querem se segurar mesmo enquanto se desintegram. As indústrias cinematográfica e musical têm simplesmente se tornado fragmentadas demais para produzir experiências contínuas que uma grande parcela das audiências podem consumir simultaneamente – em outras palavras, nós temos um número tão crescente de opções de entretenimento que pilares culturais como Os Vingadores e 1989 ocorrem em menos e em menor frequência. Isso é uma realidade especialmente verdadeira no mundo da indústria musical, onde o evento honrado de correr até uma loja de CDs para comprar um álbum em seu dia de lançamento foi extinto.

Artistas musicais ainda querem que seus fãs encontrem aquela “experiência compartilhada” fantasma para poderem dominar a cultura, mesmo que por um curto período de tempo. Pense em álbuns recentes como os de Beyoncé, U2 e Jay Z: todos os três foram itens que não apenas tentaram engajar fãs com seus novos produtos musicais, mas criar uma conversa universal, seja através de um ataque repentino de um álbum visual, lançamentos gratuitos no iTunes ou em um aplicativo da Samsung. Todos os três lançamentos foram não-convencionais, mas eles esperavam criar exatamente o mesmo efeito – fazer muitas pessoas ouvirem e comentarem sobre a mesma música de uma só vez. É o mesmo efeito que estúdios cinematográficos tentam criar em fins de semana de estreia, quando o público está tendo a experiência de seu novo produto pela primeira vez e discutindo excitados entre si.

Mesmo que ela não tente experimentar com seus lançamentos de álbum e nunca “daria uma de Beyoncé,” Swift dominou a cultura vendendo uma quantidade absurda de álbuns. Nesse recente artigo “Taylor Swift, Platinum Part of One” da NPR, Sam Sanders tenta delinear como Swift conseguiu a proeza: sendo onipresente na mídia e em aparições comerciais, buscando agressivamente seus fãs nas mídias sociais (ou #TayLurking), e explicitando a importância de comprar o álbum completo com ações como remover o catálogo de músicas do Spotify e incluindo pacotes de Polaroids colecionáveis em seus CDs.

A mesma bala aponta para os filmes da Marvel. Cada um de suas campanhas de divulgação de filmes são meticulosamente calculadas ao ponto em que a companhia consegue planejar para Os Vingadores: Guerra Infinita Parte I em 2018 durante os próximos quatro anos. A busca da Marvel pelos fãs, enraizada em fãs super-leais, é incomparável na indústria de filmes (prova A: o anúncio da última semana da próxima sequência de filmes do estúdio contou com a participação de fãs que esperaram por horas dentro do cinema El Capitan). E por insistir na “experiência completa”, os detalhes cheios de efeitos especiais da Marvel são amplamente vistos como produtos que necessitam ser levados à telona em vez de uma tela de laptop; é por isso que, mesmo após Os Vingadores ter sido pirateado e distribuído para milhares de computadores antes de seu lançamento, o filme esmagou recordes de bilheteria. Você poderia assistir uma versão ripada de Vingadores da mesma maneira que poderia caçar por uma versão chiada de 1989 no YouTube, mas se você quiser a experiência completa – e fazer parte da conversa nacional – você tem que se livrar de algumas moedas.

Na lista de Sanders dos fatores que levaram ao sucesso de Swift, eu adicionei mais um: confiança. Existe um grande grupo de estrelas pop com campanhas de divulgação de álbuns agressiva, assim como um largo espectro de filmes de ação de alto orçamento a cada ano. Swift se separa parcialmente através de suas trajetória de ser uma artista cujos álbuns satisfazem imediatamente enquanto sobrevivem ao teste do tempo, diferente de alguém no mercado de coleções de singles tiro-na-lata. De maneira semelhante, Marvel se moldou em uma marca confiável com grandes estrelas, diretores inteligentes e um universo contido de personagens que são costurados em um único e cativante tecido cinematográfico. Guardiões da Galáxia possui um guaxinim que carrega armas? Com certeza; e também tem uma média favorável de 76 de 100 no Metacritic. Quando você lança um produto que é independentemente bom como esse, é fácil nada contra a corrente da indústria.

Em um ensaio para o Wall Street Journal mais cedo nesse ano, Swift se descreveu como “uma das poucas almas vivas na indústria musical que ainda acredita que a indústria musical não está morrendo… está apenas nascendo.” Mesmo que Swift esteja errada, e a indústria musical (ou pelo menos a venda de álbuns, que é um componente primário da indústria) realmente esteja morrendo, então ela terá que, pelo menos, se mostrar capaz de dar um sopro de vida nela para reanimar a ideia de uma monocultura agora reservada apenas para os maiores blockbusters. É difícil marcar todas essas caixas, mas se você fizer, você ainda pode quebrar recordes, desafiar as chances e desempenhar o papel de um super-herói.





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