A tradição de cantar músicas inéditas ou inesperadas nas turnês ocorre há quase uma década na carreira de Taylor e tornou-se algo muito popular entre ela e os fãs.

A conexão autêntica que liga a artista com sua fã base contribui para que essas músicas surpresas proporcionem uma experiência muito especial, dando a eles a oportunidade única de ouvir apresentações raras da compositora.

Essas músicas são geralmente cantadas de forma acústica, com a própria Taylor tocando-as no violão ou no piano, criando uma experiência íntima e sensível. Ela também compartilha histórias pessoais, anedotas ou dedicatórias antes, tornando-as ainda mais especiais.

A apresentação do dia 1° de setembro de 2018 é um exemplo do quão íntimo esse momento é para Taylor e para os fãs durante os shows. Na época, a cantora promovia o álbum “reputation” com uma turnê gigante, em termos de público e estrutura.

Ela cantou “Tied Together With a Smile”, uma música de seu álbum de estreia autointitulado de 2006, que provavelmente não foi tocada ao vivo por anos.

Antes de começar a tocar, ela compartilhou um conselho significativo para os seus fãs, lembrando-os de que eles não estão sozinhos nas lutas que possam estar enfrentando em suas vidas.

“Uma coisa que eu notei na minha vida é que você nunca pode julgar o que alguém está passando, mesmo que pareça que a pessoa tenha tudo sob controle, mesmo que ela pareça ter tudo, quase como se não pudesse ter nenhum problema. Alguém pode ser realmente bonito ou parecer que tem tudo sob controle, parecendo ter uma vida pela qual você tenha muita inveja. Mas eu aprendi que as aparências não são tudo. Só porque alguém parece feliz, não significa que esteja. Só porque alguém parece saudável não significa que esteja. Atualmente, existe tanta pressão para ter tudo sob controle, ter um corpo perfeito, uma vida perfeita, saber exatamente o que fazer com sua vida. Acho que o estresse e a pressão de não poder dizer que está sofrendo realmente afeta muitas pessoas. Então, estou apenas pedindo para vocês: tentem ser gentis consigo mesmos. Saibam que, seja lá o que você estiver passado, há muitas pessoas que também estão passando pela mesma coisa”.

Taylor continua compartilhando pensamentos e discursos durante sua nova turnê “The Eras Tour” porém alguns fãs compartilharam nas redes sociais que sentem como se as músicas escolhidas tivessem um significado muito mais profundo do que pensávamos. De que elas são, na verdade, mensagens. Ou simplesmente desabafos.

Escolhas de músicas (cantadas no mesmo dia) acabaram trazendo certa desconfiança de alguns fãs ao considerem o contexto midiático atual envolvendo Taylor e seu antigo relacionamento amoroso. Músicas como “Death By a Thousand Cuts” e “Clean”, cantadas em Arlington, TX, no dia 1° de abril, além de escolhas como “Wonderland” e “You’re Not Sorry” após alguns rumores envolvendo uma possível traição e um pivô de término terem sido noticiadas na mídia (a segunda música, cantada por Taylor a plenos pulmões em um estádio lotado, mas de forma tão íntima como se houvesse apenas ela ali, foi certamente de partir o coração).

Então, seria possível que as escolhas dessas músicas não fossem apenas aleatórias e possuíssem sim um significado bem mais profundo por trás?

Taylor é conhecida pela vulnerabilidade em suas composições, frequentemente compartilhando experiências pessoais, emoções e reflexões em suas músicas, o que ressoa com muitos fãs e ouvintes. De uns tempos para cá (principalmente depois da era reputation) ela vem demonstrando que suas músicas são a mais confiável fonte sobre a sua vida. Independente do que os tablóides vão ou não dizer, é por ela que você vai ouvir a verdade ou o mais próximo disso. Não seria um absurdo que ela esteja fazendo isso novamente. Agora, porém, não lançando músicas novas que possam expressar aquilo que ela sente, mas tirando do baú canções escritas por ela mesma e que ainda fazem sentido e se relacionam com a sua vida (mesmo após décadas).

É o caso, por exemplo, da canção “A Place In This World”, escrita por Taylor aos 13 anos e que ela comentou que se identifica ainda mais agora, aos 33. Essa habilidade – de resgatar suas próprias músicas para expressar o seu momento atual – só mostra o quão atemporal suas canções são, o quão boas são suas composições e o quão habilidosa ela é em termos artísticos. Isso, na minha opinião, é o mais importante, porque evidencia a genuinidade e a relevância duradoura do trabalho de Taylor, além de sua habilidade em criar músicas que ressoam com as experiências de seus fãs – e as suas próprias – em diferentes momentos da vida.





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