Aos 24, Taylor Swift é uma das artistas mais bem-sucedidas do mundo. Então, por que ela deu as costas ao amor?
Taylor Swift tinha uma surpresa para a Vogue. Ela queria nos levar a algum lugar que nenhum outro jornalista tinha visto antes. E foi isso mesmo, em uma tarde abafada em Nova York, que as pessoas começaram a esvaziar a cidade para o final de semana do Memorial Day, eu sentei no restaurante Bubby’s, em Tribeca e esperei.
A chegada de Taylor, 3 minutos depois de mim para ser mais específico, foi sem muito alarde, apesar de eu ter certeza que todos devem ter a visto. Para começo de conversa, ela está bem alta, com mais de 1,80m, em seu salto alto da YSL, com pernas longas e andar parecido com o de um bebê girafa. Esse foi o look dela, decididamente ousado, como uma Sandra Dee durante as manhãs, com uma saia rodada azul da Miu Miu e uma blusa creme. Seu cabelo balançava divido em grandes cachos, e sua boca estava pintada com o vermelho Swift. “Existe algo em Nova York que faz com que eu queira me vestir bem,” ela explicou sua aparência polida.
Nós pedimos o cardápio e falamos sobre o final de semana do feriado, Swift olhando o celular para achar fotos da praia do lado de fora da sua mansão de 8 quartos em Rhode Island, e descrevendo os detalhes da sua turnê iminente na Ásia, última parada de sua odisseia de dois anos com a divulgação do álbum “RED”. E ela falou sobre ter passado um tempo com Karlie Kloss e sobre o quão “completamente fantástica” ela era, e o quanto ela queria pedir a salada de frango (“sem tomate”). A surpresa planejada era nós simplesmente dividirmos o almoço? Ela queria começar a falar sobre o novo álbum? “Oh,” ela falou baixinho, de repente notando as mesas do lado, “talvez nós devêssemos falar sobre isso depois, na minha casa.” Surpresa!
Depois da salada (sem tomate), voltamos a falar sobre ela, e nós ficamos a sós no seu recém comprado apartamento de dois andares em Nova York, um lofty, um espaço aconchegante que ela comprou do diretor de filmes Peter Jackson. A propriedade é grande, e apesar de seu irmão, Austin, que atualmente está estudando cinema, viver do outro lado do corredor, a quietude soou como se apenas uma pessoa vivesse. “Então,” sorriu a anfitriã. “Você quer fazer uma grande turnê pelo apartamento?”
Taylor começou, andando no corredor com diversas fotos em preto e branco de seus melhores amigos, que foram tiradas por elas em uma câmera com “filtros maravilhosos” e colocadas em molduras pretas simples. Lá estavam Lena Dunham e Jack Antonoff em Rhode Island; Karlie Kloss em Big Sur; o “parceiro de turnê perfeito” e também músico Ed Sheeran; e Britney, uma amiga muito antiga, de quando Taylor era uma cantora country desconhecida na Pensilvânia e cantava o hino nacional nos jogos locais, usando botas de cowboy e um sorriso estranho. Britney agora trabalha com seguros de vida; outra amiga é instrutora de natação. É possível serem próximas quando suas vidas tomaram caminhos tão diferentes? “Claro,” Taylor falou. “Não falamos sobre carreiras. Falamos apenas sobre coisas de garotas.”
A decoração do chez T-Swizzle era americana clássica – enorme e superconfortável, poltronas escuras aveludadas de madeira, uma mesa de bilhar, um piano de cauda Steinway com fotos de Polaroid de uma festa recente. Também tinham vários cantinhos para colocar todos aqueles Grammy’s (sete), American Music Awards (15), prêmios da Billboard (12) e da Country Music Association (11). (Swift também foi a primeira mulher e a segunda pessoa a ser premiada com o Pinnacle Award da Country Music Association, mas eu não consegui identificá-lo na ocasião.)
Swift é uma dona de casa orgulhosa – e é de fato, pois ela tem três delas (além de sua casa de praia, tem a de Nashville). “Eu amo comprar mobília,” ela disse, me guiando de um cômodo imaculadamente confortável para o próximo, cada um com um aromatizante aceso de Pomegranate Noir de Jo Malone e ainda mobiliados com letras cobertas de tecido com as iniciais TS – a fim de que não esqueçamos onde estamos. “Eu comprei essas na Liberty,” disse ela, mostrando duas poltronas com estampas de flor que ela havia escolhido da última vez que esteve na Grã-Bretanha. “E eu comprei essa na Anthropologie.” Ela fez um movimento em direção à uma cama estilo antiguidade francesa. Uma recordação valiosa estava presa acima de sua cabeceira, um rascunho assinado por Oscar de la Renta do vestido que ela havia usado no Met Ball durante a última primavera: “o vestido mais lindo que eu já usei”. Ao lado da cama, estava pendurado um trilho de roupas de dormir vitorianas: “Eu as guardo caso minhas amigas venham aqui, nós podemos todas nos fantasiar,” ela explicou. Se Swift fosse desistir da música, ela teria um futuro fabuloso na indústria hoteleira: o outro quarto de hóspedes ostentava uma unidade de lanches embutida – abundantemente estocada com um banquete para a madrugada. “Eu estava pensando, quando as pessoas vierem para ficar, seria legal se elas tivessem seu próprio frigobar. Como você tem em hotéis.”
Na cozinha – enorme, branca e com armários de vidro contendo todos os tipos de parafernália para cozinha e decorativos esmaltados – sua gata Meredith movia-se em torno de uma piada colocada dentro de uma estação de trabalho coberta com mármore. Meredith, nomeada em homenagem à personagem Meredith Grey de Grey’s Anatomy (e que desde então foi acompanhada por uma nova gatinha, Olivia Benson, nomeada em homenagem à personagem de Law & Order: SVU), é uma “aquáfila”. “Ela é obcecada,” explicou Swift, abrindo a torneira para emitir um fio de água que a gata começou a lamber com vontade. “Ela faria isso por horas,” disse Swift, paralisada. “É a coisa favorita dela.” Conforme saímos, eu senti um leve alarme sobre quem iria desligar a água corrente ou apagar as velas acesas. Mas, assim como um pequeno grupo de seguranças emergiu quando saímos do restaurante para proteger Swift dos “fãs loucos que querem me amarrar em seus porões”, eu imagino que exista uma guarda de proteção doméstica similar para prevenir alagamentos e incêndios.
No andar de cima, passamos por seu quarto (tons de rosa maduros, colcha florida, uma cópia de Z: Um Romance por Zelda Fitzgerald ao lado de sua cama, parcialmente lido mas muito admirado), e chegamos a um terraço, coberto de madeira e mostrando sinais de uma promessa de horticultura. “Eu plantei estas ervas semana passada”, disse Swift apontando para alguns jarros, “mas acho que os matei”. Então ela se ocupou, montando um pequeno acampamento de almofadas e cobertores para conversarmos mais. Ela chutou seus sapatos para longe e abraçou uma almofada contra seu peito, um gesto tão confortavelmente familiar e fofo que eu parcialmente esperei que ela fosse me oferecer um par de pijamas vintage e começasse a pintar minhas unhas.
Mas essa é a essência da magia de Swift. Ela pode ter 24 anos, e ser uma das artistas mais bem sucedidas do mundo, e viver uma existência excepcionalmente folheada à ouro, e ter uma enorme quantidade de ex-namorados famosos, e ter uma carreira em que começou aos ridiculamente precoces nove anos de idade, mas ela nunca parou de parecer como a melhor amiga que você poderia ter – a vizinha, melhor amiga pra sempre, irmã mais velha e tia agoniada, tudo misturado em uma. E mesmo se ser fraternal e encantadora e assar bolos for parte de um ato ensaiado, ela é incrivelmente boa nisso.
“Ela parece como uma das meninas – se as meninas fossem multimilionárias vencedoras de diversos Grammy’s antes dos 25 anos,” Alexa Chung me disse. “Sempre que eu a encontrei, ela não foi nada além de genuinamente carinhosa e doce. No Met Ball, enquanto outras mulheres estavam rasgando seu caminho para a frente da fila pela pós-festa de Rihanna, Swift começou uma contra-campanha, convidando garotas que conheceu no banheiro para sua casa para fazer uma festa da pizza. Eu escolhi o baile da Rihanna e passei o resto da noite imaginando o tipo de conversa sobre corações partidos eu estava perdendo no outro evento.”
Karlie Kloss, que conheceu Swift pela primeira vez no desfile da Victoria’s Secret em novembro, e escreveu um depoimento tão robusto quanto seus biscoitos vegan: “Taylor é uma incrível e especial amiga minha. Ela é humilde, preocupada e cheia de consideração, e ela tem um grande coração.” Até mesmo a indisciplinada Cara Delevingne descreveu Swift como “uma maravilhosa e confiável amiga que é extremamente pé no chão e boa – com um coração de ouro˜.
Tudo isso faria Swift um pouco nauseante, se não fosse pelo fato de que sendo “uma das garotas”, ela escreve músicas que todos podemos nos identificar. E elas não são necessariamente doces e fofas e humildes. Na verdade, as músicas de Swift são frequentemente vingativas ou amargas ou tristes ou até um pouco partidas. “Ela canta sobre as coisas que muita gente passa, como ter um coração partido, amor, raiva e felicidade: a merda do cotidiano real que todo mundo passa,” disse Sheeran, que credita swift por “transformá-lo em um nome de família”. A genialidade de Swift se encontra na habilidade de se enfiar na pilha emocional de um fim de relacionamento feio, ou nas agonias de ser impopular, ou apostar essa agonia em hinos incrivelmente viciastes, vocês apenas precisa observar qualquer mulher cantarolando “We Are Never Ever Getting Back Together” depois de muitos chardonnays para entender isso.
“A razão para ela continuar a ser uma das artistas mais importantes do mundo é sua habilidade de manter-se conectada e honesta com a música,” explicou Antonoff pelo telefone. O músico e guitarrista da banda Fun co-escreveu muitas canções do próximo álbum de Swift, “1989” – que foi produzido por Max Martin, o produtor dos singles “We Are Never Ever Getting Back Together”, “22” e “I Knew You Were Trouble”. Antonoff ainda fica encantado com a habilidade de Taylor de colocar tanta emoção na música. “Não importa o quão grande ela fique, ela ainda se parece com uma garota em uma cafeteria ou em seu quarto, cantando seus reais sentimentos,” ele continua, “e esses sentimentos geralmente se perdem quando as pessoas ficam famosas na música pop. Quando você está começando, você escreve as melhores músicas, porque está colocando nelas tudo que você viveu. Mas, de alguma forma, Taylor consegue fazer isso sempre.”
Certamente, Swift não tem problema em falar – e cantar – sobre seus sentimentos. Ela tem uma fluência natural em autoanálise que faz fronteira com gostar de compartilhar e, apesar de ter nascido em 1989, ela insiste que cresceu na era antediluviana de internet discada, quando “celulares eram muito raros”, sua conversa ainda carrega as marcas de elevada auto-consciência que definiu a geração “atualizadora de status”.
“Eu definitivamente acho que meu DNA emocional é assumir que eu não fui convidada, ou assumir que eu não sou querida, ou assumir que eu chateio as pessoas,” ela disse quando perguntada se ter sido escanteada na escola fez com que ela melhorasse seu espírito adulto. “E é uma luta diária para mim, tentar e, hm, me sentir bem, me sentir ambientada. E a única coisa que eu queria que essas garotas que vêm ao meus shows soubessem é que eu adolescente era exatamente como elas. Eu não tinha ideia de quem eu era! Eu tentava roupas diferentes e todas essas personalidades diferentes, tentando descobrir em qual categoria eu me encaixava, e em qual grupo eu seria aceita. Mas, se você continuar sendo você, e fazendo o que parece natural para você, talvez você demore a encontrar um lugar em que se encaixa, mas eventualmente encontrará.”
Encontrando a paz consigo mesma e se sentindo feliz com a própria pele são basicamente o tema de “1989”. É também, pela primeira vez desde que assinou contrato com a gravadora, um álbum pop. Não se preocupe com que realmente deu um pé na bunda de John Mayer, ou o que aconteceu com Taylor Lautner ou Jake Gyllenhaal, ou sobre os rumores que cercam a amizade com Ed Sheeran: O maior término de Taylor foi o rompimento com a música country.
“Dessa vez eu escolhi o jeito mais corajoso e ousado de fazer as coisas,” ela explicou. “Porque, com esse álbum, eu completamente mudei a sonoridade de tudo que eu tinha feito até agora. Então, é importante não ter medo disso. Você sabe, não quero magoar os sentimentos das pessoas, não quero trair Nashville, ou o que seja, mas essencialmente tudo é sobre desafiar a si mesma como artista.”
Na essência, esse álbum é sobre a independência de Swift, “sem te fazer engolir goela abaixo”, dos seus pais (Andrea Swift, uma loira dona de casa que acompanhou Taylor em todas as turnês, e executa bem o papel de ‘mãe-empresária’, mas mora em Nashville e se recusou a falar comigo para esse artigo porque ela está deixando Taylor mudar-se), das raízes musicais, e, sim, porque essa é Taylor Swift de envolvimentos românticos.
“Os temas emocionais não são sobre devastação ou definhar ou, você sabe, ‘eu não sei viver sem você’,” ela explicou. “Porque eu aprendi que, depois de 18 meses solteira, eu posso viver sem qualquer um. E, claro, vão haver músicas sobre amor. mas não no nível de completa e absoluta destruição caótica que você viu em Red. Eu não acho que poderia fazer aquele álbum duas vezes. Eu acho que nunca iria querer fazê-lo.”
Isso significaria, então, uma nova incarnação, como Destiny’s Swift ou Spice Swift? “Uh-uh.” Swift sacudiu sua cabeça de forma enfática. “Não. Eu não quero escrever uma música que seja uma tentativa tão óbvia de tentar alcançar um objetivo de poder feminino, ou um objetivo de ‘acredite em você mesmo’. Eu tenho a tendência de escrever sobre os tipos de transtornos da vida.” Por exemplo, ela descreveu uma das canções, “I Know Places”, que marca sua percepção de que “qualquer relacionamento que eu tiver terá que ser escondido – ou ele será condenado antes de sequer começar.”
Os maiores sucessos musicais de Swift foram construídos em torno de sua habilidade de capturar a dor de relacionamentos frustrados. É fortuito, então (talvez), que ela seja perfeitamente colocada para explorar esses sentimentos. “Namorar ou encontrar alguém é a última coisa em minha mente, porque eu não posso imaginar como funcionaria com a maneira que minha vida é,” ela explicou. “Eu não sei como um cara poderia caminhar próximo a sua namorada quando tem vinte homens com câmeras , e ele não pode proteger sua namorada porque essa é a vida que ela escolheu. Eu só não sei como isso poderia funcionar, então eu não penso sobre isso, e eu meio que fujo disso quando a oportunidade se apresenta. Porque eu não acho que qualquer cara realmente…” ela pausou. “Eles acham que gostariam de me conhecer, talvez me namorar, mas eu não acho que eles querem o que vem com isso.”
Swift fixou um olhar em mim, como qualquer garota com um problema com garotos, eu senti a mesma empatia instintiva que você sentiria por alguém que não teve sorte no amor – mesmo que as circunstâncias sejam um pouco gigantescas, e esse cara talvez seja Harry Styles. “É mais fácil para mim se eu não tiver que explicar tudo isso para alguém agora”, ela continuou. “Eu aprendi como agir, e meus amigos estão tranquilos com isso, e está bem, mas, de alguma forma, quando você coloca um microscópio sobre um relacionamento, ele parece explodir.”
Não é esse o sentido, afinal, quando ela está feliz e independente e ativamente não “perseguindo” isso, que ela esteja mais propícia a se apaixonar profundamente? “As pessoas continuam dizendo isso, mas eu não acho que é o caso!” ela riu. “Eu acho que esse é o ponto em que eu saio em turnê por dois anos.”
É uma estranha existência ser Taylor Swift. Tendo retornado de sua turnê na Ásia, e tendo finalmente concluído Red, ela apenas terá aproveitado poucas semanas antes do lançamento de seu primeiro single, “Shake It Off”, de seu novo álbum, e a rotina monstruosa de publicidade, produção e performances que vai acompanhá-lo. Alguém se perguntaria como ela conseguiu manter sua sanidade quando tantos outros prodígios jovens se tornaram instáveis, ou saíram completamente dos trilhos. É impossível imaginarmos ver Swift fazendo sexo oral em um dedo de espuma, por exemplo, ou raspando sua cabeça e atacando um carro com um guarda-chuva.
“Eu fui uma estudante das carreiras alheias,” Swift explicou como ela conseguiu evitar até agora uma crise de celebridade. “Desde que eu era criança, tive o costume de assistir esse programa Behind the Music da VH1 em que eles montavam perfis das carreiras de uma banda e, então, como eles se despedaçaram. E uma coisa que reparei é que é bem simples. Você se mantém em cheque. Você mantém seu conhecimento sobre si mesmo e você mantém sua cabeça pra frente… Essa é a chave. Isso poderia acabar em cinco segundos”, ela acrescentou veementemente. “Ninguém está a salvo de ser derrubado. E a única coisa que temos sob nosso controle é a manutenção de nossas mentes. E a coisa que não temos como controlar é a sorte.”
Swift é a dona severa de todas as suas falhas e ela pode ser brutal com quem tenta comprometê-la. Quando perguntada se havia sofrido muita pressão para tirar sua blusa, sua resposta foi direta. “Não muita, porque as pessoas sabem que eu apenas direi não. Sendo firme e tendo a habilidade de dizer não, e não me sentir culpada por isso depois, é um aspecto muito importante em sua vida,” ela continuou, soando cada vez mais como um idoso presbiteriano do que uma estrela de vinte e poucos anos, “mesmo quando se tem 16 anos de idade e todos na festa estão chapados e você não se sente confortável sobre isso.”
Ela sempre foi a garota sóbria de 16 anos? “Completamente sóbria até os 21 anos!” disse Swift. “Porque eu sei que outras pessoas podem fazer festejar parecer fofo e maneiro mas, se eu fizesse, as pessoas iam transformar isso em ‘queridinha da América sai dos trilhos e perde a cabeça’. Então eu apenas garanti que isso nunca poderia ser escrito sobre mim, e eu não sinto como se eu tivesse perdido algo.”
Swift é agudamente – quase aterrorizantemente – consciente dos precipícios da fama. Sua sensibilidade para o escrutínio e o julgamento da mídia, sem dúvidas, privou-a de muitos ritos de passagem. E, enquanto o medo providenciou para ela material vital para uma carreira fenomenalmente sucedida, nem sempre contribuiu para os resultados mais felizes.
A entrevista mudou: nós havíamos sido retiradas do terraço pelo barulho da perfuração de um terreno ao lado, e nós estávamos agora sentadas no andar de baixo, na sala de estar em frente ao fogo aceso. Apesar da umidade da manhã, a temperatura havia abaixado, e Swift estava enroscada em uma cadeira, suas longas pernas saindo por baixo de um cobertor. O humor havia se tornado mais introspectivo e, posando com meu notebook, me sentia mais como uma conselheira que uma interrogadora.
“Você vê, minhas grandes conquistas vieram lado-a-lado de meus grandes momentos de crítica ou coração partido,” ela explicou. “Eu nunca obtive uma grande conquista sem ter o tapete puxado debaixo de meus pés, de alguma forma, no dia seguinte. E eu acho que essa é a vida, mas isso é uma coisa que eu ainda estou trabalhando.”
Ninguém poderia sentir pena de Swift, isso seria meio vulgar. Mas observá-la, naquele grande cômodo, encolhida em um cobertor, eu senti uma incrível tristeza – solidão, ainda – por ela. Parecia horrível que ela tivesse que ser amaldiçoada com ansiedades sobre algum idiota com conexão à internet quando, por direito, ela deveria estar no topo do mundo. Será que ela já havia considerado, eu ousei arriscar, ignorar os críticos? “Eu estava começando a ficar melhor nisso,” ela respondeu. “Eu foquei em não ler ou não me importar, porque eu sei que no fim do dia isso não é com isso que as pessoas realmente se importam. É um simples feed de notícias. Mas é interessante quando é sua vida.”
Felizmente, ela se reanimou. De repente, ela estava de pé, pegando seu telefone para checar quem ela havia escutado recentemente – “Sam Smith, obviamente, todo mundo ama Sam Smith. E o novo álbum de Beck. E Betty Who. E Birdy.” – e tocou diversos das centenas de lembretes de voz que ela gravou de fragmentos de músicas que vinham em sua mente no meio da noite. E me contando como sua primeira experiência com música foram os álbuns do Def Leppard de sua mãe, e as faixas de Beach Boys de seu pai, mas como foi apenas quando ela ouviu Dixie Chicks e Shania Twain que ela se tornou “implacavelmente obcecada em ir para nashville e conhecer executivos da música”. E como isso era possivelmente estranho, considerando que ela só tinha nove anos no momento, e como ela “não consegue realmente relatar isso agora”, mas como, independentemente de sua esquisitice, seus pais colocaram tudo isso em seus passos e aceitaram se mudar. E como ela viu cada álbum se formar em cada ambiente: “Speak Now foi tipo uma floresta mágica e encantada,” ela explicou, “e Red foi como correr através de um campo no subúrbio.” E como esse novo é bastante Nova Iorque.
Nova Iorque é o novo lar de Swift. E ela está bem feliz com isso. “Eu não consigo acreditar que estou vivendo em Nova Iorque, em um apartamento que amo,” ela disse. “E eu não consigo acreditar que tenho amigo que amo, e um disco que amo, e eu não quero perder nada disso.”
Eu deixei Swift cheia de admiração por ela mas – como uma mãe preocupada – esperando que ela ficasse bem. Pela primeira vez após uma entrevista, eu me senti genuinamente investida no bem-estar futuro do sujeito. Ridículo, na real, pois ela estava saindo para um fim de semana em uma mansão na praia e eu, bem… não estava.
No dia seguinte, eu recebi o buquê de peônias com uma curta citação: “‘Olhe mais de perto e verá algo extraordinário, místico… Algo real e sincero. Nós nunca fomos o que parecíamos.’ Minha citação favorita de Z. Com amor, Taylor.” Será que Swift se relaciona com Zelda Fitzgerald? Alguns esperariam que não, levando em conta como as coisas terminaram tragicamente para a melindrosa original. Mas extraordinário, místico, real e sincero? Isso é Swift para um T.
“1989”, o novo álbum de Taylor Swift, será lançado no fim de outubro.
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