“Bad Reputation” de Joan Jett tinha acabado de tocar nos autofalantes quando foi rapidamente trocada por um burburinho de vozes gravadas que falavam como uma das maiores estrelas do mundo tinha acabado com a sua reputação nos últimos anos.
Então, duas sombras enormes apareceram em telões gigantescos que eram muito mais altos que o palco. As sombras pertenciam, claro, à Taylor Swift, que de repente apareceu em pessoa e fez a pergunta mais importante da noite:
“Vocês estão prontos para isso?”
Sim, certamente, eles estavam — todos os 55 mil fãs na plateia numa sexta-feira no Levi’s Stadium em Santa Clara. Na verdade, eles estavam prontos há meses, basicamente contando os dias desde que a diva do pop anunciou as datas da reputation Stadium Tour em Novembro.
E a cantora de 28 anos cumpriu até as expectativas mais exigentes, fazendo o que foi praticamente um espetáculo pop quase perfeito com o suporte do seu mais novo álbum, “reputation”. Se é assim que estar brava soa como, então todo mundo deveria estar. Swift cantou 25 músicas em cerca de duas horas, das quais nunca teve um momento entediante ou, até mesmo, algum erro.
Foi tão bom que invejei quem tinha ingressos para a segunda noite (em 12 de maio) no Levi’s. Se você a viu na outra vez que veio ao Levi’s, com o “1989” em 2015, essa vez foi até melhor. Tem muito a ver com o quanto Swift cresceu como artista em três anos, especialmente no que diz respeito à sua habilidade em comandar um palco, e com o quão bem o material do “reputation” é traduzido ao vivo.
E o que é realmente incrível é que foi apenas o segundo show da turnê, que começou nesta semana em Arizona. É incrível pensar que provavelmente vai ficar ainda melhor com o andar da turnê.
Depois de sets agradáveis de Camila Cabello e Charli XCX, Sift deixou claro logo de cara que o foco da noite estava no “reputation”. Ela começou o show com três músicas novas seguidas — a dramática “… Ready for it?”, “I Did Something Bad” e “Gorgeous” — antes de se aventurar no material mais antigo. Seu trabalho vocal, que realmente melhorou ao longo dos anos, estava certeiro desde o começo. E só ficaria mais forte com o passar da noite.
O maior problema que ela enfrentou foi tentar encaixar tudo no show, lançando mão talvez um pouco demais de medleys e versões encurtadas das músicas. É o preço a se pagar quando se tem tantos sucessos quanto Swift tem no seu repertório.
Ainda assim, é difícil criticar o método de medley quando ela juntou lindamente Style (do “1989”) com Love Story e “You Belong With Me” (ambas do “Fearless”).
Ela provou que pode fazer grandes coisas com os melhores do ramo, enquanto ela convincentemente arrasou com hinos feitos para estádios grandes como “Look What You Made Me Do” e “End Game” no meio de um redemoinho de coreografias chamativas, adereços de palco legais e efeitos especiais caros. E quando as coisas estavam prestes a ficarem caóticas demais, Swift diminuía o ritmo e deixava com que a sua personalidade e sorriso carregassem a noite por uns instantes.
Ela entende a importância de um show com o ritmo adequado tanto quanto qualquer estrela do pop no mercado. E, felizmente, sua técnica é tão bem planejada que ela consegue ser excelente em todos os diferentes aspectos do show. Isso nem sempre foi o caso. Três anos atrás na turnê do “1989”, Swift era uma artista desigual, já que ainda estava tentando descobrir como fazer a passagem de cantora e compositora country para grande estrela do pop.
Mas ela descobriu como fazer isso agora — e como descobriu.
Tiverem diversos grande momentos na noite, mas um dos mais memoráveis foi quando Charli XCX e Cabello voltaram ao palco para se juntar à Swift em “Shake it Off”. Elas dançaram em um palco menor que estava perto do final da pista, juntas dos outros dançarinos e uma cachoeira de confetes.
“Shake it Off” é uma das melhores músicas pop dos últimos 10 anos. É também uma das mais irônicas, já que Swift parece não aceitar muito bem o próprio conselho de deixar as coisas para lá. Ela sustenta uma mágoa como ninguém — especialmente se ela acha que foi desrespeitada — e nós escutamos músicas sobre isso.
A evidência dessas birras também podem ser vistas no palco, especialmente com o uso dos acessórios de cobra — o que é uma referência à Kim Kardashian chamando Swift de cobra. Ela também, supostamente, abordou alguns destes problemas e mágoas no primeiro show da turnê, mas, felizmente, não se aprofundou muito em Santa Clara.
Swift deixou o melhor para o último quarto do show, passando por uma versão sexy de “Dress” antes de arrasar no soul/gospel glorioso de “Don’t Blame Me”, que foi o trabalho vocal mais dramático de Swift na noite. Então, em outra mudança satisfatória na dinâmica, ela foi ao piano para um bonito segmento solo que foi realçado pela suave e nostálgica “New Year’s Day”, antes de levantar novamente e ir para o final da apresentação com “Getaway Car” e “This Is Why We Can’t Have Nice Things”.
Fonte: The Mercury News
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