A The Eras Tour, de Taylor Swift, dominou o ano de 2023 e impressionou muita gente por sua grandeza – palco grande, telões grandes, setlist grande…Mas, definitivamente, um dos pontos mais altos dessa turnê são os dançarinos e as coreografias incríveis para cada música de cada ato. É de se imaginar que não foi algo fácil de criar. Mandy Moore, coreógrafa responsável pelas performances, deu uma entrevista recentemente e contou alguns detalhes dos bastidores do processo de criação das coreografias e como Taylor reagiu ao que, posteriormente, se tornou um dos momentos favoritos dos fãs durante os shows.
Fonte | Tradução: Equipe TSBR.
Primeiro de tudo, eu nunca colocaria eu mesma e Taylor Swift no mesmo mundo antes desse trabalho aparecer. Eu não faço muitos trabalhos com artistas. Normalmente estou em um mundo de comerciais de tv ou filmes com alguns artistas, mas não faço turnês ao vivo. Essa não é minha pegada, normalmente. Então, quando minha agente me ligou e falou, “Taylor quer uma reunião com você”, eu não fazia ideia do que ela estava falando. Eu fiquei, “Quem?”, e ela, “Taylor Swift”, e eu falei, “O quê???”. Acabamos concordando em fazer uma pequena reunião. E depois foi coisa de, “Não tem reunião nenhuma, você já conquistou esse serviço. Ela só quer você.” Aí eu fiquei, “Como foi que isso aconteceu? Como? Por que?”
A primeira vez fizemos uma reunião pelo google e foi histérico, porque, claro, eu loguei cedo, abri minha câmera e tinha minhas anotações e tudo o mais, e eles entraram e nenhum tinha a câmera aberta. Eu me senti a maior nerd, sabe? E o empresário dela falou, “Oh, Mandy, nós geralmente não ligamos a câmera”, aí eu disse, “Ah, beleza” e desliguei a minha. Seria muito estranho se eu fosse a única em vídeo.
Uma das primeiras coisas que ela disse, sabe, ela é tão doce, e disse, “Estou muito animada em te conhecer, recebi seu nome pela Emma Stone”.
Eu tinha me esquecido que a Emma Stone e ela são melhores amigas. E quando Taylor estava falando sobre a turnê que ela queria fazer, queria trocar o que estava acontecendo, porque queria algo mais cinematográfico, algo que contasse uma história, tipo coisa de filme. Então a Emma disse, “Você precisa ter a Mandy. Não pode ser outra pessoa”. Quem pensaria nisso? Eu não via a Emma há seis anos. Tivemos um ótimo momento durante o filme “La La Land”, mas não é como se eu e Emma conversássemos todos os dias por mensagens de texto. Eu a vejo aqui e ali, mas…foi muito bacana. E então o processo de criação começou.
Nos últimos cinco ou seis anos da minha carreira eu estive produzindo e dirigindo coreografias. E eu descobri que amo produzir, porque isso me coloca na sala quando a coreografa, geralmente, não fica na sala quando se trata de tomar decisões. Foi algo bem egoísta, honestamente, porque eu só queria estar lá quando estivessem falando sobre essas coisas e não queria receber as informações muito tempo depois. Então, nesse processo, eu seria a produtora de performance, criadora, diretora, algo assim. E eles ficaram muito felizes com isso. Então também tive um papel de produtora na turnê.
Eles já chegaram pra mim com uma base, e a Taylor já chegou com algumas ideias, desde algo mais geral até uma foto como ideia.
Meu encontro inicial com a Taylor…ela é muito inteligente e uma criadora brilhante! Ela passou por todos os números e atos, e falou sobre quais eram suas ideias e pensamentos, e isso é ouro para um criador. O meu processo de criação é sempre a mesma coisa. Pego pedaços de papel, escrevo a música…é a única forma que consigo fazer. Nunca entendi as pessoas que tocam a musica e começam a fazer a primeira coisa que vem na cabeça…isso não é pra mim, mesmo! Eu sou muito mais pro lado da matemática da canção.
Sobre os ensaios, as pessoas da equipe foram muito amáveis. Apenas me disseram, “O que você precisa? Você é a nova pessoa no time, então o que você precisa?”. Isso é um pouco assustador porque você fica tipo, “O que eu preciso? Não sei!”. Descobri que trabalho melhor em um time de três: eu e mais dois assistentes. Então tive comigo Jeremy Hudson e Amanda Balen, porque ambos são ratos de turnê, já fizeram um bilhão de turnês e dançaram para vários artistas, e o conhecimento que eles têm é incrível, são amigos meus e adoro trabalhar com eles.
Eu pedi duas semanas e meia de preparações para nós três e o estúdio de dança. O processo de criação de dança é algo muito feio. A quantidade de vídeos horríveis…você fica parecendo uma bolacha dançando pra lá e pra cá, sem saber o que está fazendo.
Eu estaria mentindo se falasse que toda vez que faço um movimento pela primeira vez sai de forma perfeita. Oh, não. São horas de dor e de tentativas, e você pensa, “Como isso vai sair do meu corpo?”. De repente alguma coisinha dá certo e você pensa, “Oh, temos algo aqui. Posso construir a dança ao redor desse sentimento.” E antes que você perceba, acaba tendo feito a parte do refrão, a parte da ponte…
Sobre os dançarinos: tivemos uma audição e basicamente dei à Taylor 25 dançarinos sobre os quais eu disse que quaisquer seriam fantásticos. “Quem você prefere? Quem você quer?” Seriam as pessoas ao redor dela, então ela teria que decidir.
A ideia de ter um grupo de dançarinos diversificado, de diferentes corpos e tamanhos, veio de Taylor, e eu me alinhei a isso 100%. Penso que muitas vezes, especialmente agora, não estamos mais em um mundo onde precisamos que todo mundo tenha uma aparência exatamente igual. O mundo não é assim. Foi muito bom poder fazer um recrutamento do tipo, “Venham, do jeito que vocês são”. Eu estava torcendo por muitas daquelas pessoas. Eu apenas apresentei tantas para Taylor, então vê-la escolher alguns deles…fiquei feliz.
Ensaiamos por três semanas. Foi puxado. Achei que teríamos uma semana e meia de ensaio antes de Taylor aparecer. Ela apareceu depois de três dias e eu surtei. Ela apenas queria estar lá, junto. A coreografia vive na nossa cabeça, então assim que as apresentamos, ficamos tipo, “Eu acho que é isso que você queria. Não sei. Era isso que você queria?”. Uma das primeiras que apresentei para ela foi “Willow”, aquela com as bolas que são jogadas para cima numa pegada de bruxaria, algo que eu sabia que ela gostava, e pensei “Sei que é essa! Tem que ser essa!”, e Taylor começou a chorar! Ela estava impressionada, e disse que amou.
Tivemos sorte em ter 10 dias em Phoenix, no estádio, antes da estreia, então os primeiros três dias que estávamos lá basicamente foram meus dias de bloqueio. São 46 números de dança. Taylor não sai do palco exceto para as trocas de roupas, e aquele palco é imenso. Dá pra imaginar que nesses três dias mal conseguimos passar todos os 46 números, apenas marcando o palco. O piso do palco também é um telão, então não dava para ter marcas certinhas. Eu até podia dizer para serem simétricos, mas eles não podiam de fato ver seus lugares no palco, então tivemos que criar um sistema de, “Seus dedões dos pés tocam o cantinho dessa tela…”.
Grande parte desse show são as imagens. Parece um VMA com várias câmeras em todas as coreografias, certo? Eu criei todas aquelas plataformas do centro que se levantam e descem e fiz toda a coreografia e marcação de palco dela. Havia outro diretor exclusivo para as câmeras, então se ele precisasse que uma câmera apontasse para uma certa direção, nós trabalharíamos juntos. Taylor é uma super estrela, ela sabe onde ela deve olhar o tempo todo, é algo insano!
Foi tudo maravilhoso! Parece algo estranho de se dizer, mas foi. Ela chegava nas horas certas, trabalhava duro pra caramba, não tinha medo de ser repreendida, se ela errava algo, apenas falava, “Vamos fazer de novo.” Há algo muito familiar sobre o jeito que ela trabalha. Ela vai lá e faz o que tem que fazer. Ela não é alguém que diz, ela é alguém que faz. Ela sobe naquele palco toda noite e dá tudo de si, 1000%.
Erro: nenhum feed encontrado.
Vá para a página de configurações do Instagram Feed para criar um feed.