Google a palavra “amor” e você oberá 8 bilhões de resultados. Aparentemente, é um tema popular. Taylor Swift nunca precisou que uma ferramenta de busca lhe dissesse isso.
Desde sua estreia em uma gravadora aos 16 anos, disparou para o estrelato com canções que, literalmente, têm o coração como assunto. Agora aos 22, ela lança seu quarto álbum de estúdio, “Red” (Big Machine) na Segunda, 22 de Outubro. A cantora/compositora estoura o ante ao pop desta vez, ao trabalhar com vários colaboradores na produção e composição, incluindo Max Martin, Dan Wilson e Shellback.
Ela é uma fantástica do pop nesse ponto, quebrando recordes de vendas e ganhando prêmios. Mas no âmago de Taylor Swift há uma boa compositora, uma jovem que coloca sua própria vida nas palavras de suas músicas.
Nós falamos com Swift pelo telefone na noite do lançamento do álbum. Ela falou sobre sair de sua zona de conforto, cantar com escovas de cabelo músicas de Shania Twain quando criança e como ela nunca, nunca lê sobre si mesma na imprensa.P. “Red” é o seu quarto lançamento de estúdio. Você já se acostumou com a pressão de um novo álbum saindo?
R. As apostas estão mais altas agora porque as pessoas todas têm opiniões sobre como meus discos deveriam ser e que direções eu deveria seguir. Você tem todas essas ferramentas à disposição. Você pode trabalhar com qualquer pessoa, fazer a escolha que quiser. Com isso, vem muita responsabilidade de fazer as escolhas certas. Quando você olha pra trás e vê o que todo mundo quer que você faça e todo mundo espera de você, você tem que voltar a fazer discos que quer fazer. Serei eu que vou tocar essas músicas 400.000 vezes em turnê. Eu sei com o que meus fãs se conectaram no passado… então eu espero saber que a decisão a fazer que seria o que eles querem. Essa decisão é a mais verdadeira para o trabalho que quero fazer. Foi o que fiz aqui.P. No “Red” você escreveu 10 músicas sozinha e co-escreveu 6 com colaboradores. O que te fez decidir trabalhar com outros compositores em algumas faixas?
R. Eu escolhi colaborar neste novo disco porque percebi que escrever sozinha tinha se tornado minha zona de conforto. Apesar de ser um lugar aconchegante para ir — e há 10 de 16 canções que escrevi sozinha neste álbum – eu ainda senti que para realmente me impulsionar e fazer o disco aventuroso que eu queria, eu queria trabalhar com novas pessoas que poderiam me ensinar coisas novas. Muito de se aprender e continuar a evoluir é perceber que você não sabe de tudo. Existem tantas pessoas diferentes que fazem música de tantos jeitos diferentes, e pensei que seria bem interessante entrar no mundo delas por um segundo. Fiz uma lista de pessoas que eu senti que realmente entenderiam o que eu queria e que eu sempre admirei. Liguei para essas pessoas e acabou que elas queriam trabalhar comigo também.P. Uma compositora como você analisa o tema amor, especialmente coração partido, de um jeito que parece emocionalmente correto. Você usa cores na letra de “Red” para descrever os vários estágios de um affair amoroso que deu errado. Como você teve essa ideia?
R. Eu comecei a pensar nesse término pelo qual passei. Eu podia ver as diferentes fases que passei em diferentes cores, como meu mundo inteiro se torna azul escuro (quando) perco [a relação]. Depois você começa a definhar e desejar que tudo tivesse dado certo e tenta continuar, e isso é uma cor cinza. Você pensa, ‘Por que isso está acontecendo?’ e ‘Por que eu estou com tanta falta de algo?’
Red (vermelho) é uma desses cores que podem ser associadas com a mais positiva das emoções intensas, como paixão e afeto e calor. E também pode ser associada com raiva e ciúmes e frustração e traição. É muito interessante como a cor se correlaciona com a emoção porque é apenas uma das mais intensas.P. Seu hit single, o hino “We Are Never Ever Getting Back Together” atingiu o novo recorde de maior venda digital em uma semana por uma artista feminina. Seu clipe para a canção está próximo das 50 milhões de visualizações no YouTube. Foi surpreendente ver o quão rápido as pessoas fizeram versões em vídeo daquela música e também estão atingindo grandes públicos. Há até uma versão infantil do menino rapper MattyB que já conseguiu mais de 4 milhões de views.
R. Tem sido ótimo ver o impacto de “We Are Never Ever Getting Back Together” porque você vê as pessoas fazendo cover de vários jeitos diferentes. Tem sido muito lisonjeiro. Até minha banda favorita da infância, Hanson, fez um cover dela e aquilo realmente fez meu dia.
Estou muito animada com o impacto daquela música porque foi uma canção que eu escrevi como um desabafo. Eu estava no estúdio desabafando com Max [Martin] e Shellback, e nós acabamos escrevendo essa música. É doido como algo começa em lugar tão simples e chega tão longe.P. As a música “I Knew You Were Trouble” é sobre cair depois de se envolver com o garoto errado. É uma produção grande, arrojada e às vezes clamorosa.
R. Eu tentei fazer aquela música soar como a emoção foi sentida quando a senti, caótica e alta e fora de controle e intensa. Eu queria que a produção soasse exatamente da mesma maneira. Era sobre se manter fiel à emoção. Eu não quis pensar muito sobre me manter na linha. Queria que soasse doida como foi sentida. O jeito que acabou sendo, acabou soando exatamente como foi a experiência.P. “Begin Again” é um tom diferente. Me lembra da produção de uma música clássica de Jimmy Webb. Na letra você usa vários detalhes específicos sobre a maneira que uma realação do passado pode afetar uma pessoa.
R. A música é sobre começar de novo e conhecer alguém, mas tem todos esses sobretons de inseguranças que sua relação passada deixou em você. Uma das coisas das quais sempre estou com medo – e meus amigos também – é se perder em um relacionamento tanto que, quando você sai dele, você não se lembra de quem é. Precisa de coisas como alguém rir de sua piada para te lembrar que você é realmente divertida. A canção é enlaçada com todos esses tons de insegurança e perda de si mesmo e encontro com si mesmo novamente. Nós filmamos o vídeo em Paris, eu passeando por lá e tentando me lembrar de quem era antes.P. Você lida com sua carreira com bastante foco. Como se mantém composta com o brilho intenso de uma megafama?
R. Tem sido um turbilhão intenso, mas ao mesmo tempo eu tive muito tempo para me preparar para isso. Meu primeiro disco saiu quando eu tinha 16 anos. Existiram períodos de ajuste, mas houve mais nos últimos anos. Da mesma maneira que você possivelmente se acostuma com isso, eu nunca realmente tentei me acostumar com o fato de que isso é a minha vida e as pessoas comentam sobre tudo. É mais fácil se você não lê nada sobre si mesmo. Você meio que adapta suas táticas de sobrevivência. (risos)
Muitas pessoas já estiveram em situações como essa, meus heróis, eles sempre me dizem, ‘Se eu posso te dar um conselho, seria viver o momento e apreciá-lo enquanto está acontecendo com você.’ É por isso que eu não fico necessariamente fria e calma quando ganho prêmios. Eu realmente me empolgo com isso. Honestamente, é uma experiência louca ouvir chamarem o seu nome.P. Quais foram os cantores/compositores e performers que mais te influenciaram?
R. Crescendo nos anos 90, tive várias cantoras/compositoras femininas como ídolos: Shawn Colvin, Melissa Etheridge, Sarah McLachlan, Alanis Morissette, the Dixie Chicks. Essas artistas realmente pavimentaram o caminho para eu querer… aquele tipo de vida na qual você compartilha tudo com seus fãs. Eu realmente aprecio que, quando olho para trás, penso no fato de que eu estava assistindo vídeos no VH1 e vendo Shania Twain e Faith Hill se tornarem grandes estrelas. Como criança aquilo me deu algo muito legal para me inspirar. Pra mim, Shania [é] uma daquelas pessoas que tem pura confiança e independência. Sempre amei assistí-la performar. Nunca esqueci como é ser uma fã, cantando para a escova de cabelos na frente da TV assistindo a um especial da Shania Twain. Quando essas coisas maravilhosas acontecem [comigo agora], eu sempre volto pra isso, pensando em o quão distante eu imaginava que esse tipo de vida estava de mim.
Fonte: ChicagoTribune.com
Tradução e Adaptação: Ana Luiza – Equipe TSBR
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