Matéria escrita originalmente pelo Rappler e traduzida pela Equipe TSBR

Um álbum irmã de folklore (que também foi lançado de surpresa), evermore continua a jornada de Swift na “floresta desta música” e na narrativa. Sem mais delongas, aqui está uma lista de filmes e programas de TV para acompanhar, não apenas visualmente, mas experimentalmente sua audição do evermore.

“willow ” – Adoráveis Mulheres

O conto de abertura do álbum de uma vida que se passa em  um caminho inabalável em direção ao amor é paralelo à jornada romântica de Laurie e Amy, talvez até mesmo em todas as adaptações do clássico de Louisa May Alcott.

Desde o primeiro encontro de Amy com um então apaixonado Laurie (com a irmã de Amy, Jo, nada menos) até seu eventual reencontro em Paris, os planos de Amy para o casamento e a proposta econômica desmoronam quando seu amor por Laurie reacende. Com Jo aparentemente fora de cena, Amy estava pronta para arriscar tudo.

“Quanto mais você diz, menos eu sei / Onde quer que você se desvie, eu sigo / Estou implorando para você pegar minha mão / Destrua meus planos, esse é o meu homem”

“champagne problems” – Alguém avisa?

A comédia romântica de Natal da diretora Clea DuVall é mais uma história de se assumir do que um tipo de filme tradicional de “probleminhas causados por trazer seu parceiro para casa no Natal pela primeira vez”.

Na verdade, Harper (Mackenzie Davies) não declara Abby (Kristen Stewart) sua namorada, em vez disso, sua “colega de quarto órfã”. Muito romântico.

Das vibes de “armário de vidro” de “porque eu soltei sua mão enquanto dançava / deixei você lá fora em pé” até o ponto assustador de “você contou à sua família por um motivo / você não conseguiu mantê-lo / sua irmã virou toda a garrafa / agora ninguém está comemorando”, está quase implorando para ser a nova trilha sonora dramática de Alguém Avisa? – semelhante a Joni Mitchell acompanhando uma chorosa Emma Thompson em Love Really.

“gold Rush” – Salvando Sally

Com os inúmeros filmes que retratam a fantasia sobre o crush ng bayan, desta vez, optamos por ir com o ícone de animação local, Salvando Sally.

Ilustrando criativamente os sentimentos românticos que um artista de quadrinhos tem por seu melhor amigo, o híbrido live-action/animação de Avid Liongoren (Hayop Ka!) captura perfeitamente os sentimentos de “gold rush”

“’tis the damn season” – Alone/Together

Outro título filipino, Alone/Together carrega todos os temas nostálgicos e juvenis embalados nesta balada sobre um fim de semana livre passado com um velho amor.

Dirigido pela rainha do romance indie Antoinette Jadaone (That Thing Called Tadhana), sem dar spoilers, a história liderada por LizQuen segue dois ex-amantes enquanto vivem temporariamente velhos sonhos em uma viagem à cidade de Nova York.

“tolerate it” – Diana e Charles em The Crown, 4ª temporada

Graças à Netflix, a tragédia da história de amor da princesa Diana e do príncipe Charles mais uma vez tomou conta do mundo. A representação do mau tratamento de Charles a uma jovem Diana retratada na série  provocou até alvoroço – principalmente da geração mais jovem que está descobrindo sobre a história pela primeira vez.

Escrita a partir da perspectiva de uma pessoa mais jovem e mais dedicada em um relacionamento (Espero na porta como se fosse apenas uma criança / Use minhas melhores cores para seu retrato), “tolere it” chora sobre fazer de alguém seu templo, mural, e céu – admitir que o outro é ‘mais velho e mais sábio’ – mas ouvir que está simplesmente ocupando “muito espaço ou tempo”.

Ancorada em uma letra sobre estar deslocado em um mundo elaborado e implorando por notas de rodapé na vida claramente já escrita de alguém, a música combina perfeitamente com o flagrante desrespeito de Charles por Diana, a fim de perseguir seus deveres reais e sua então amante Camila.

“no body, no crime” – Um Pequeno Favor

Essa colaboração com as Haim naturalmente leva a um filme estrelado por outra das famosas amigas de Swift, Blake Lively.

Uma adição mais sombria à filmografia cômica de Paul Feig (Bridesmaids), Um Pequeno Favor narra a amizade leal de uma jovem vlogger com uma enigmática diretora de relações públicas. Como “no body, no crime” corretamente aponta, existem grandes apólices de seguro de vida, irmãs, amantes e investigação amadora sem fim: “não vou desistir até o dia que morrer” .

“happiness”” – Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças

No verdadeiro estilo Taylor Swift, uma música chamada “happiness” acaba sendo a mais triste do álbum. Enquanto reconhece “sangue e hematomas” e “xingamentos e gritos”, Swift ainda se acalma com a felicidade que um relacionamento finalizado trouxe. Há o vaivém entre o passado, o presente e a esperança de um futuro que lembra o amado romance de ficção científica de Michel Gondry.

Embora Swift possa não ter querido dizer “você ainda não conheceu o meu novo eu” tão literalmente quanto os (ex) amantes condenados do filme, ela chega à mesma conclusão de que, acima de toda a dor, existiam lembranças felizes – “o glorioso nascer do sol”.

“dorothea” – Lady Bird : A Hora de Voar

Outra obra dirigida por Greta Gerwig, Lady Bird é uma ótima correspondência para “dorothea” ao ver o filme da perspectiva da melhor amiga sempre negligenciada, Julie (Beanie Feldstein).

O tema do filme de sair de casa para buscar melhores oportunidades define o pano de fundo necessário para os chamados de coração partido de “dorothea”.

O ritmo de caminhada da música combina bem com a montagem final de Lady Bird de dirigir pelas ruas de Sacramento. Swift, no entanto, resume perfeitamente a disposição do personagem-título com “Este lugar é o mesmo de sempre / Oooh / Mas você não gosta desse jeito”.

“coney island” – Baka Bukas

A colaboração de Swift com o The National relembra um relacionamento passado em que o esforço não era igual em ambos os lados, com perguntas como: “eu não te deixei esperando todos os dias?”, “te levei ao limite?” e “desculpe por não fazer de você minha prioridade”.

O longa de estreia de Samantha Lee, Baka Bukas, é sobre o eventual término de uma amizade que virou romance entre Alex (Jasmine Curtis-Smith) e Jess (Louise delos Reyes).

Devido à carreira de atriz de Jess, Alex é forçada a voltar a uma vida insustentável no armário. Eventualmente, as duas decidem que é melhor seguirem caminhos separados, pois estão em diferentes estágios de sua jornada de se assumir.

“ivy” – Carol

Taylor Swift está de volta aos casos pré-matrimoniais com “ivy”. Com alguns dos versos mais memoráveis do álbum como “minha casa de pedra, sua hera cresce / agora estou coberta de você”, a música reflete a história de Therese ( Rooney Mara) e Carol (Cate Blanchett) na aclamada adaptação de Todd Haynes de O Preço do Sal, de Patricia Highsmith.

Tal como acontece com o jogo de esconde-esconde jogado pelos amantes em “illicit affairs” do folklore, “ivy” é sobre um caso de inverno acalorado cheio de “momentos roubados” antes da iminente realidade da primavera.

Mas, além da temerosa fuga de maridos que não tinham ideia que incendiaram casas, “ivy” e Carol destacam nossa tendência de assumir lentamente características intrincadas de nossos parceiros, de maneirismos a cardigãs emprestados, sendo lentamente cobertos por tudo o que os torna eles.

“cowboy like me”” – O Segredo de Brokeback Mountain

Parece quase pecaminoso não vincular essa faixa com O Segredo de Brokeback Mountain de Ang Lee. Referências descaradas de caubói à parte, a música country, que lembra os primeiros trabalhos de Swift, narra a perseguição “eles vão ou não vão” entre amantes que sabem que o que querem. É um “jogo perigoso” – assim como Ennis e Jack sabiam que era o relacionamento deles.

Da mesma forma que o infame final trágico de Brokeback, essa faixa termina com esqueletos em armários e nunca mais sendo capaz de amar novamente.

“long story short” – A Princesa Prometida

Este título da faixa por si só poderia ter sido o slogan para o romance de fantasia cult de 1987, A Princesa Prometida. O filme em si é um comentário pós-moderno sobre as dificuldades de transformar um romance em filme. 

Cortando todos os detalhes, Swift, nesta música, apenas sugere vagamente as tribulações anteriores, dizendo que “foi um momento ruim”. Em vez disso, ela sempre volta para “Eu só penso em você”, com a mesma persistência que a prometida Princesa Buttercup e Westley tem em retornar um ao outro, apesar de todas as probabilidades.

“marjorie” – Detetive Pikachu

Dos muitos filmes que abordam o luto e a perda, poucos o fazem tão sutilmente quanto Detetive Pikachu.

Enquanto “marjorie” de Swift é muito mais literal em suas mensagens, as letras harmonizam quase perfeitamente a história central do filme Pokémon live-action.

“E se eu não soubesse melhor / eu pensaria que você estava falando comigo agora”.

“closure” – Killing Eve, 3ª temporada

Um pouco distorcido, mas “Sim, recebi sua carta/ Sim, estou melhor/Te conhecer me feriu profundamente, até os ossos” é um paralelo da terceira temporada da sóbria série de drama- comédia.

Eve (Sandra Oh), sem dúvida traumatizada pelas reviravoltas que sua vida deu desde que Villanelle (Jodie Comer) entrou em sua vida, decidiu mudar a marcha de volta para algum tipo de normalidade, até tentando consertar as coisas com seu marido Niko. Mas depois daquela reunião icônica em um ônibus em Londres, a química tóxica entre as duas continua. Não importa se Eve “superou” Villanelle, a assassina claramente tem planos melhores.

“evermore” – Seu Nome (Kimi no Na wa)

A faixa de encerramento pinta um retrato melancólico, mas esperançoso, de se curar isoladamente. Essas energias conflitantes evocam o mesmo tipo de ansiedade – sentimentos de desconforto e frustração há muito tempo, mas ainda esperando e acreditando – que lembram Seu Nome.

O sucesso do animador Makoto Shinkai certamente se definiu como “um mood”, lembrando o enredo emocionante do filme sobre duas almas gêmeas separadas pelo tempo. À medida que o filme mescla histórias paralelas, converge cada vez mais os sons de Taylor Swift e agora frequente colaborador Bon Iver.

Com as leis imperiais do tempo e da física empilhadas contra os amantes desafortunados de Seu Nome, os espectadores podem se encontrar dizendo o verso: “Existe uma linha que podemos cruzar?”