Enquanto dezenas de milhares de jovens que enchiam o CenturyLink Field aguardavam a entrada de Taylor Swift no palco, um vídeo passava em dois telões gigantes mostrando as reações de fãs de carteirinha enquanto assistiam ao clipe de “Look What You Made Me Do” pela primeira vez. Um Swift particularmente apaixonado mal se fazia ouvir.

Olhos esbugalhados, boca aberta, a crescente suspeita de que ele está testemunhando algo colossal se torna cada vez mais visível no rosto dele. Pausando para absorver tudo e tentar dar algum sentido para a experiência, tudo o que ele consegue dizer é: “(Censurado)!”

Enquanto Swift e seu batalhão de músicos, dançarinos e assistentes batalhavam durante o set de duas horas na noite de terça-feira, foi difícil não se sentir como um fã perdido enquanto a turnê de Swift tem diversos momentos “puta merda” que são descarregados em você.

Gritos encheram o estádio quando a silhueta de Swift apareceu em uma nuvem de fumaça para tocar uma versão apimentada de “… Ready For It?”, a faixa que abre o seu mais recente álbum. Swift bebeu bastante da fonte de seu novo material, que proclama a morte da “velha Taylor” no seu sucesso “Look What You Made Me Do”. Na melhor das hipóteses, o drama das fofocas se tornou uma parte intrínseca da carreira da superestrela, alimentando as suas músicas e servindo de distração delas. O álbum e a turnê de “reputation” parece colocar fogo em tudo isso, avisando ao mundo que ela cansou de deixar essas coisas de lado.

Uma cobra é o mascote oficial da reputation Stadium Tour (e talvez o mais novo spirit animal de Taylor), muitos acreditam que seja inspirado por um tweet de Kim Kardashian. Um emaranhado de cobras deslizam e atacam de maneira hipnotizante em duas telas gigantes, que depois se tornou em um palco de apoio para a banda de Swift, enquanto seis caras sem camisa tocam tambores enormes, começando de maneira estrondosa “King of My Heart” com Swift saindo para mais uma das várias trocas de figurino.

A produção de sua mais nova turnê monstruosa é assustadora, e depois de quatro cidades, a execução é impecável. Depois de cantar algumas músicas em dois pequenos palcos no meio da plateia — inclusive com uma versão cheia de confetes de “Shake It Off” com uma participação de Charli XCX — uma carruagem de cobra carregou Swift pelo alto e de volta ao palco principal para a agitada “Bad Blood”. Dançarinos vestidos de preto da cabeça aos pés se penduravam em andaimes e subiam em uma plataforma industrial, que se revelaram quando telas gigantes se abriram, parecendo um musical de “Matrix”.

Swift e Charli XCX fizeram algumas pausas para notar a falta da companheira Camila Cabello, que cancelou a apresentação de Seattle, com a justificativa de desidratação, naquela que Charli XCX chamou de turnê com “energia de garotas”.

Enquanto as vendas de ingressos tenham sido mais lentas que o normal, o que alguns especialistas da indústria atribuíram a um modelo de preço “dinâmico”, o CenturyLink Field estava quase lotado de mães, caras de 20 e tantos anos com garotas novas testando os limites do sistema de parceria. (Swift depois cravou o público de terça-feira em 56.000)

Swift domina a sua presença de palco, esteja ela desacompanhada e desfilando pelo palco com botas de couro acima dos joelhos, ou sendo carregada por seus minions como uma rainha egípcia saída de uma ficção científica. O único defeito — e que não é insignificante — é que o vocal de Swift muitas vezes era ausente ou ineficiente. Um nível de lipsync é esperado em megaproduções cheias de coreografia como as dela, ainda que muitas vezes Swift parecia estar só mexendo os lábios ou a sua voz era simplesmente imperceptível da faixa de apoio ou das suas cantoras de apoio.

Ela se saiu melhor na intimidade de suas duas músicas acústicas — “Dancing With Our Hands Tied” e “Holy Ground” — mesmo que a sua voz tenha falhado um pouco na última. Uma versão solo em piano de “Long Live” foi outro destaque, seus vocais não competiam com toda a pompa e circunstância da produção.

No entanto, os deslizes vocais não foram insuperáveis e o espetáculo por si só valeu o preço do ingresso. Swift deu uma aula em como colocar um show em um estádio no bolso com o que foi uma novidade bem-vinda de um final arrebatador do que um bis feito de aplausos (mesmo que a plateia tenha tentado).

Durante a sua finalização de Gatsby no País das Maravilhas, Swift e seus companheiros em cores pastel dançaram e pularam em um chafariz na frente de uma mansão iluminada com uma reverência desleixada. “This Is Why We Can’t Have Nice Things” terminou com uma bateria de fogos explodindo do teto aberto do estádio e o elenco desse segmento triunfante de Broadway-vai-ao-Super-Bowl fez a sua reverência final, e uma mensagem de despedida ficou nas telas.

“Na morte de sua reputação, ela se sentiu verdadeiramente viva”, proclamava.

Se a “velha Taylor” — ou ao menos, a sua “reputação” — está morta, vida longa para a nova Swift.

Fonte: Seattle Times





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