24 de agosto de 14 Autor: Taylor Swift Brasil
Taylor fala sobre feminismo e nova fase para o The Guardian

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A jornalista do The Guardian, Hermione Hoby, ficou conhecida pelos fãs de Taylor depois de aparecer de mãos dadas com ela na saída de um restaurante em Nova York no começo desse mês. A matéria que ela estava fazendo com Taylor naquele dia foi publicada agora no “The Guide”, do jornal inglês. Lá, Taylor fala sobre ser “legal”, valorizar suas amigas e o que pensa sobre o feminismo.

Taylor Swift: “Sexy? Não está no meu radar”

Ela foi de uma artista coutry de cabelos cacheados para um modelo feminista e a estrela do pop mais charmosa do mundo. Enquanto ela retorna com material mais cativante de sua carreira, fala sobre a etiqueta em premiações, letras autobiográficas e porque ela coloca o legal na frente do malcriado.

No restaurante chique de Manhattan, Sant Ambroeus, o par de mulheres inteligentemente vestidas na mesa ao lado, estão fazendo olhares não tão discretos de “uau” uma para a outra, ao terem percebido que a sua vizinha para o almoço é Taylor Swift. E isso não é nada comparado a comoção de pessoas que estão se juntando do lado de fora: sempre que Taylor Swift saí para comer, uma multidão de fãs e paparazzi logo se aglomeram na calçada.

Isso é normal na vida da maior força do pop atual, uma superestrela global da qual as músicas fazem parte de trilhas sonoras de vidas, da qual as turnês esgotam estádios em segundos, e da qual todas expressões faciais geram milhões em tweets. Taylor Swift em 2014 é um fenômeno extraordinário. Ela começou como uma cantora country, a namoradinha adolescente do coração da América, mas entre o lançamento de seu primeiro álbum homônimo em 2006 e agora, ela se tornou o tipo de figura gigante cultural que é adorada tanto por clássicos criticos de rock quanto por garotas adolescentes, intelectuais feministas e, bem, basicamente toda a humanidade sensível a emoções. Diferentemente de Beyoncé com seu estilo indomável de guerreira-rainha em liderar-o-mundo, ou Nicki Minaj, com sua personalidade caricata e amplificada e sua variedade de alter egos, não tem muita criação de imagens rolando com Taylor Swift, a estrela pop. Ao invés disso, é a sua forma “pura” que a fez quem é. E também, com certeza, algumas escolhas inteligentes e grandes doses de carisma e talento para composição. Ela é, como sua amiga magnata midiática, Tavi Gevinson, diz: nada menos que “a BFF do planeta Terra”. O que, dentre todas as coisas, inclui falar com o planeta Terra em volume moderado.

“Quando eu estou em um concerto, não é tipo, ‘E AÍ LONDRESSSSSS!’ eu basicamente falo nesse volume”, ela diz. Como resultado, seus shows em estádios tem a boa impressão confissional de uma festa do pijama em massa e ela se comunica com a sua vasta audiência “como se eu estivesse conversando com eles na mesa de jantar”.

Swift lança um álbum a cada dois anos sem falhar, o que significa que chegou a hora do próximo, depois do Red de 2012. Nós encontramos na semana anterior ao anúncio do novo álbum, 1989, e o seu primeiro single, Shake It Off, um número alegre e dançante sobre ignorar os odiadores. Ela explica: “Nós últimos anos eu me conformei com o fato de que qualquer um pode dizer o que quiser sobre mim e ligar para o TMZ ou o Radar Online ou qualquer coisa, e isso será uma manchete internacional. Você pode tanto enlouquecer e deixar com que isso te deixe amarga e não podendo confiar nas pessoas, se isolando ou se rebelando contra o sistema. Ou você pode deixar isso pra lá e concluir que enquanto você estiver se divertindo mais do que todo mundo, o que importa o que todo mundo pensa? Porque eu quis essa vida desde que eu era uma criança”.

Sua visão alegre e estóica sobre as celebridades e a invasão dos tablóides fizeram bem para ela. “Eu não vou deixar que eles me tornem uma pessoa miserável quando eu posso estar aproveitando minha vida”, ela diz. “É por isso que você vê alguns artistas se tornando comum nas fofocas e então se tornando artisticamente e musicalmente irrelevantes, porque eles deixaram que [os sites de fofoca] os sufocasse. Isso não vai acontecer aqui.”

Para o vídeo de Shake it Off, ela convocou 100 fãs e vários dançarinos profissionais: “Bailarinas, dançarinos de break, dança moderna, twerkers – e eu, tentando imitá-los, e sendo terrível”. Ela completa: “Eu penso que dançar é uma metáfora de como você vive a sua vida. Sabe como quando você está em uma festa e tem um grupo de pessoas só conversando e se irritando com quem está dançando? E você sabe qual é o grupo que está se divertindo mais.”

Dançar entusiasmadamente entre o ódio se tornou uma característica de Swift. Especificamente, se soltando em premiações enquanto todo o resto permanece sentado e parado. Ela tem ido a estas cerimônias desde que era adolescente e, depois de “oito anos dessas situações estressantes e competitivas, sentando na primeira fila tentando adivinhar como você deve se comportar”, ela acabou percebendo que “eu posso pensar nisso como uma grande panela de pressão ou eu posso ver isso como se eu estivesse na primeira fileira do show mais legal que tem”. Dançar com a Selena Gomez à apresentação do Justin Timberlake no VMA do ano passado foi um exemplo particularmente bom do último caso.

Mas o seu momento mais famoso em uma premiação continua sendo quando Kanye West a interrompeu em 2009 no VMA. A relevância global de Swift é tanta que o próprio presidente dos EUA chamou West de “babaca” e, cinco anos depois, o momento ainda não morreu na memória de todos.

Resumindo, a interrupção só aumentou a simpatia por ela. Menos feliz foi a sua aparição nos Grammys no ano seguinte no qual ela não cantou bem o seu dueto com Stevie Nicks e subsequentemente sofreu uma destruição online. Na cerimônia desse ano, ela pareceu determinada em apagar isso com uma versão da magoada All Too Well, uma música supostamente inspirada por seu relacionamento com Jake Gyllenhaal. Sua apresentação foi poderosa e focada. Quando ela terminou, ela se virou do piano e encarou a plateia com um olhar intensamente desafiante e o manteve por alguns segundos. A mensagem era clara: não sou mais a vitima. É nessa música, por acaso, que está um dos versos do qual ela mais tem orgulho: “You call me up again just to break me like a promise/ So casually cruel in the name of being honest”. Ela pausa, satisfeita. “Eu fiquei, tipo, eu vou garantir esse dali”.

All Too Well saiu do Red, um álbum definido por redenções teatrais de mágoas, o que confimou que o “country” poderia finalmente ser tirado da sua definição de cantora “country-pop”. Mas 1989, como ela explica, tem menos de “abandonada, triste, se remoendo”. Em vez disso, “é a fase depois disso, quando você saí no mundo e faz mudanças em sua vida da maneira como você quer, faz os amigos que você quer, sem [literalmente] dizer ‘Vamos meninas, nós podemos fazer isso sozinhas!'”

Essas palavras vão acender as esperanças daqueles que suspeitaram que Swift sofreu um tipo de despertar feminista nos últimos meses. Recentemente, ela foi vista olhando a seção feminista em uma livraria de Manhattan. Ainda mais animador é a sua coleção de BFFs enchendo o seu Instagram, Lorde e Lena Dunham entre elas. Essa parece ser uma das várias coisas legais sobre ser Taylor Swift: que qualquer jovem mulher que seja inteligente e interessante publicamente pode ser sua amiga. Ela adorou o primeiro álbum de Lorde, Pure Heroine, então a enviou flores para a parabenizar em seu lançamento. Lorde, em resposta, pegou o número de Swift com Gevinson (quem Swift recentemente aconselhou em sua primeira desilusão amorosa) e a mandou uma longa mensagem se desculpando por a ter chamado de “muito perfeita para ser um modelo”. Sem novidades, Swift a perdoou. A primeira vez que elas saíram, ela diz, “nós demos uma volta e sentamos no parque, e comemos hamburgueres do Shake Shack.”

Sua amizade com Dunham começou ainda mais fácil. Swift tinha twittado sua admiração por Girls, e na hora que ela seguiu Dunham no Twitter, Dunham respondeu com uma mensagem direta que dizia, “algo como, ‘Podemos ser amigas por favor?’, e foi isso”.

A amizade feminina se tornou mais importante para ela do que o romance? “Sem dúvidas. Porque a outra alternativa” – sendo a de ter um namorado – “não é realmente possível agora. Não parece ser uma possibilidade em um futuro próximo. Nunca funcionar. O que funciona é ter amigas incriveis que eu posso confiar e contar tudo.”

Para os infinitos artigos de “Taylor Swift é uma feminista?” – bem, eles podem acabar agora. “Como adolescente, eu não entendia que dizer que você é uma feminista é dizer que você quer que mulheres e homens tenham direitos iguais e oportunidades iguais. O que parecia para mim, na maneira com que era expressado na cultura, sociedade, era de que você odeia homens. E agora, penso que várias garotas tiveram o seu despertar feminista porque elas entendem o que a palavra significa. Por muito tempo fizeram parecer como algo em que você protestaria contra o sexo oposto, enquanto não é nada disso. Me tornar amiga da Lena – sem que ela me doutrinasse, mas somente vendo o porque ela acredita e no que ela acredita, no porque ela diz as coisas que diz, no porque ela sustenta o que ela sustenta – me fez perceber que eu tenho tomado uma posição feminista sem que eu falasse sobre.”

Pergunto se as criticas dos tablóides sobre suas letras (e a fila de ex namorados famosos que eles se referem), a fizeram desistir de buscar o que o critico de rock Robert Christgau chamou de “realismo de diário”, ou as pistas que ela famosamente deixa nas letras em seus álbuns. Não, ela diz, porque é essa sensação de se estar lendo um diário que “sempre me conectou aos meus fãs dessa maneira super intensa”.  No entanto, ela assume que “é uma corda banda interessante de se andar ao escrever canções autobiográficas em uma época que o mistério praticamente não existe”.

Como ela interpreta, há um elemento de gênero em tais criticas. “Eu realmente não gosto da ideia de que se uma mulher escreve sobre seus sentimentos, ela tem muitos sentimentos,” ela diz. “E eu realmente não gosto do lado do ‘Tome cuidado, amigo, ela vai escrever uma música sobre você’, porque isso trivializa o que eu faço. Faz parecer com que criar arte é algo que você faz como uma arma barata ao invés de um processo artistico. Podem dizer o que quiser sobre a minha vida pessoal porque eu sei o que minha vida pessoal é, e envolve muita TV, gatos e amigas. Mas eu não gosto de quando eles começam a dar palpites baratos sobre a minha composição. Porque não tem nenhuma piada a ser feita ali.”

Verdade: Swift sempre foi uma compositora habilidosa. Por exemplo, em Our Song – um hit alegre e precoce, composto quando ela tinha 16 anos – indica sua habilidade precoce quando ela mesma se revela como a “our song” do título: no último verso ela canta, “I grabbed a pen/ And an old napkin/ And I wrote down our song”.

A histeria e as criticas vieram mais tarde, com músicas como “Better Than Revenge” de 2010. Endereçada à mulher que roubou seu homem, ao invés do próprio homem, ela inclui a indireta, “no amount of vintage dresses gives you dignity” e um refrão que distintamente não é amigável: “She’s an actress, whoa/ But she’s better known for the things that she does/ On the mattress, whoa”.

Por um momento, Swift pareceu em perigo de se rotular como uma puritana vitimizada. “Tinha 17 anos quando escrevi isso,” ela me recorda. “Essa é a idade que você tem quando pensa que alguém realmente pode roubar seu namorado. E aí você cresce e percebe que ninguém pode roubar alguém de você se eles não quiserem ir embora.”

Nós devemos acreditar que qualquer um ganhando tanto dinheiro (a Forbes estima que ela fará $64 milhões nesse ano) ou alguém com um sucesso astronômico (sete Grammys, um prêmio de conquistas de carreira do CMA quando ela tinha 23 anos, e outras coisas) deve ser uma implacável empresária a sangue frio. Mas a reputação de Swift por ser legal é incomparável – e como eu descubro minutos depois, completamente merecida.

“Sempre foi importante para mim, sempre foi uma prioridade”, ela diz. “Todo artista tem a sua lista de prioridades. Ser vista como sexy? Não está realmente no meu radar. Mas legal? Eu realmente espero que essa seja a impressão”. Ela concorda que “legal” é muitas vezes usado de forma pejorativa. “Totalmente! Mas eu não me importo se não é bacana, parecer legal ou não. Não estou focada em ser bacana e nunca estive.”

Fora, um mar de grandes câmera pretas e iPhones levantados estão mirados na porta que ela está prestes a cruzar. Depois de dar uma olhada pela janela, ela coloca seus braços em minha volta em um abraço com a intenção de se despedir. Então ela olha nos meus olhos e diz, com a voz baixa: “Você está pronta para uma sessão de fotos? Pegue a minha mão”.

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