Na quinta feira, 23 de julho, Taylor Swift revelou que lançaria de surpresa um álbum de estúdio com 16 faixas denominado “folklore”. Sendo o oitavo no seu catálogo, o álbum acompanha fotos completamente em preto e branco e uma lista de músicas. Swift explicou que ela criou e gravou as novas músicas durante a quarentena. Ela escreveu “Antes, eu provavelmente teria pensado e repensado como lançar essa música no ‘momento perfeito’ mas os tempos que temos vivido me lembram que nada é garantido”.

Mesmo sem alarde promocional, as novas intenções de Swift são claras: Aaron Dessner do The National é creditado em 11 das 16 músicas! 5 das músicas tem aviso de linguagem explícita!Bon Iver aparece! 

Mas, muitas dos ‘taylorismos’ se mantiveram iguais: Jack Antonoff, colaborador de longa data, se manteve. Os nomes das músicas são todos em letras minúsculas, melodramáticos e iminentes : “epiphany” , “my tears ricochet”, “this is me trying”.

Swift abraçou a produtividade durante a quarentena- uma batalha cognitiva constante para tantos americanos nesse momento. Eles precisam rever suas prioridades ou considerar esse momento- se temos sorte de poder considerar assim- como um presente, uma oportunidade de crescer e evoluir? Swift fez os dois. Ela escreveu “ durante o isolamento minha imaginação correu solta e esse álbum é o resultado. Eu contei essas histórias da melhor maneira que pude, com todo meu amor, encantamento que elas merecem. Agora é com vocês passar adiante” .

A intimidade acessível de Swift faz parte do que a torna tão onipresente. A música dela é profundamente pessoal porque sua vida pessoal sempre foi parte de sua vida de celebridade. No começo, não foi por escolha própria- muitos eram obcecados por seu maravilhamento ingênuo antes de decidirem a julgar por ficar confortável sendo assim. Mas agora os tempos de uma Taylor que planejava meticulosamente sua própria narrativa em seus álbuns (como “Reputation” e “1989”) acabaram e, agora vemos uma nova era , que começou de forma leve em ‘Lover’ e em ‘ folklore’ com mais força, de relaxamento de controle da narrativa e deixando que as histórias se contem sozinhas.

Como o nome já diz, “folklore” mistura ficção com vida real. Os pontos favoritos de Swift ainda estão presentes: escapismo de período histórico- em “the last great american dynasty,” flashback nebuloso de adolescência- em “betty”, romance valente e predestinado- em “invisible string”. Tem um sofrimento e anseio nesses novos personagens de suas músicas, mas que são coloridas pelos olhos de alguém que já sabe além. “folklore” é pouco autobiográfico mas, como no “Lover”, as referências de Swift evoluíram. Gestos extremamente românticos agora estão mais enraizados na realidade. Términos são menos sobre “sofrer” e mais sobre aceitá-los. Amor é menos de um extremo de tudo ou nada do que um calmo caminho para a coexistência. 

Justin Vernon do Bon Iver e o Dessner se fazem presente em sua melancolia e arranjos musicais cheios de sentimentalismo, uma parceria inesperada que combinada com as batidas e sons de Antonoff ajudou Swift em suas perfeitas misturas. Ela continua misturando canto sofisticado com vocais firmes, que são ótimos de se ouvir quando sozinhos em “illicit affairs” e “peace.” 

A influência triste e leve do indie folk feminino da Geração Z são identificáveis em :“mirrorball,” “seven,” e “august,” cada uma complexa e maravilhosa, levando Swift para o caminho alt-Nashville que ela poderia ter encontrado anos atrás se não tivesse pulado para o pop.

No lead single do álbum ,“cardigan,” Swift entra no prazer de olhar para o passado sem se arrepender. Seu mais novo truque- em isolamento e arte- é fazer o melhor com o que ela já tem. Para muitos de nós, era tudo que precisávamos.

Resenha publicada pelo Boston Globe e traduzida pela Equipe TSBR.





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